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Tesouro IPCA+ dá prejuízo (de novo) em maio; o que esperar em junho?

Provando, mais uma vez, que a renda fixa pode trazer volatilidade à carteira do investidor, a maioria dos títulos do Tesouro Direto entregou retorno negativo aos investidores em maio. Quem comprou no início do mês e vendeu no último dia útil pode ter amargado prejuízo de até 2,78%. 

Os títulos com vencimento mais longo do Tesouro IPCA+ tiveram desempenho pior, com o Tesouro IPCA+ 2055 caindo 1,43% e o papel para 2045 com queda de 2,78%. Foi assim também no mês passado, quando o Tesouro IPCA+ 2045 teve rentabilidade acumulada de -4,87%.

Na ponta positiva, apenas os ativos do Tesouro Selic, que são pós-fixados e atrelados à taxa básica de juros, e o Tesouro IPCA+ 2029, o mais curto da classe disponível para compra. 

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Felipe Higashino, gestor de renda fixa da G5 Partners, explica que as mudanças nas metas fiscais do governo para os próximos anos e a decisão de juros dividida do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) afetaram o humor do mercado no último mês.

“Os dois eventos exacerbam a aversão ao risco no mercado, em geral, afetando também a parte longa da curva de juros, que está mais ligada à política fiscal, gerando um maior prêmio de risco”, diz o especialista. 

Veja os rendimentos dos títulos negociados no Tesouro Direto em maio e no acumulado do ano:

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Título Rentabilidade em maio (%) Rentabilidade no ano Rentabilidade em 12 meses (%) Taxa de compra (%) Taxa de venda (%)
Tesouro Prefixado 2027 -0,33 11,18 11,3
Tesouro Prefixado 2029 -0,98 -2,97 9,27 11,82
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2035 -1,05 11,86 11,98
Tesouro Selic 2027 0,81 4,54 12,28 0,1 0,11
Tesouro Selic 2029 0,77 4,51 12,32 0,15 0,16
Tesouro IPCA+ 2029 0,22 -0,63 4,61 6,15 6,27
Tesouro IPCA+ 2035 -0,72 -4,89 0,75 6,14 6,26
Tesouro IPCA+ 2045 -2,78 -8,72 -0,92 6,13 6,25
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 -0,28 -2,56 3,27 6,14 6,26
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2040 -0,55 -3,36 3,47 6,09 6,21
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2055 -1,43 -5,7 1,42 6,12 6,24
Fonte: Tesouro Direto

Na renda fixa pública, os títulos são marcados a mercado. Na prática, isso significa que o investidor pode ter prejuízo ou lucro vendendo o papel antes do vencimento, a depender do momento do mercado. 

Em maio, como os agentes reagiram mal ao noticiário econômico, as taxas dos títulos públicos subiram, já que a percepção de risco para esse investimento também aumentou. Essa alta é ruim para quem já tinha os papéis na carteira, já que qualquer investidor pôde comprar títulos que pagavam mais.

O que esperar em junho? 

Para este mês, Higashino é cauteloso: “precisaremos de boas notícias para ver uma redução mais consistente nas taxas, como, por exemplo, um cenário externo mais favorável”. Por outro lado, ele não enxerga espaço para nova alta das taxas: “as más notícias já estão precificadas, as boas, ainda não”. 

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O especialista destaca as decisões de política monetária nos Estados Unidos e Brasil, nos próximos dias 12 e 19, respectivamente. “Tão importante quanto o resultado é a comunicação dos comitês sobre suas decisões”, destaca. 

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