A Petrobras (PETR4) garantiu o maior contrato em quase uma década para a Seatrium, estaleiro de Singapura que irá construir duas novas plataformas para a petrolífera brasileira. O negócio aumentou a perspectiva de lucro para a empresa asiática, o que fez as ações subirem mais de 20% desde o anúncio.
Os papéis da Seatrium Limited têm uma alta de 21,4% desde o dia 24 de maio, quando a Petrobras anunciou a contratação de dois navios-plataforma (P-84 e P-85) para o pré-sal e que irão entrar em operação entre 2029 e 2030. Isso representa para o estaleiro US$ 11 bilhões, o maior pedido do estaleiro asiático em quase uma década.
O papel era negociado a 1,54 dólar de Singapura no dia 24 de maio. No pregão desta quarta-feira, a ação do estaleiro fechou a 1,87 dólar de Singapura.
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O Morgan Stanley avalia que as ações da empresa serão beneficiadas pelo crescimento da carteira de encomendas, que totaliza atualmente US$ 28 bilhões, e pela recuperação do mercado de petróleo e gás offshore. Além da Petrobras, o estaleiro tem também encomendas para a Shell e ExxonMobil.
“Elevamos Seatrium um degrau acima na nossa ordem de preferência para refletir o aumento da carteira de pedidos as fortes perspectivas de investimentos offshore por grandes empresas globais e um valuation relativamente pouco exigente”, de acordo com o relatório da instituição.
O preço-alvo do papel foi mantido em 2,75 dólares de Singapura, o que significa um potencial de valorização de 47% em relação ao fechamento desta quarta-feira. Apesar da manutenção, o Morgan vê uma aceleração do lucro em 2025 e 2026.
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“Incorporamos os pedidos da P-84 e P-85, com a receita reconhecida a partir de 2025 e aumento das premissas de custos de financiamento aproximadamente 7% mais elevados. Embora nossa estimativa de lucro por ação para 2024 caia 35%, para 2025 e 2026 as previsões aumentam 14% para cada ano”, de acordo com o relatório.
O Morgan também vê um crescimento do Ebitda da empresa de apenas 1% neste ano, mas de 11% para 2025 e o mesmo para o ano sequinte.
Para os analistas, a ação do estaleiro enfrenta uma divergência entre a carteira de pedidos e o desempenho dos papéis. “Para que a ação tenha um desempenho superior, acreditamos que a confiança no valor contábil é fundamental e a redução do custo de financiamento também seria favorável.”
As duas plataformas serão utilizadas nos campos do pré-sal de Atapu e Sépia, localizados na Bacia de Santos, e são do tipo FPSO. Cada uma terá capacidade de produção diária de 225 mil barris de petróleo e 10 milhões de metros cúbicos de gás.
De acordo com a Petrobras, as construções da P-84 e P-85 serão realizadas por estaleiros localizados no Brasil, China e Singapura, com conteúdo local de, respectivamente 20% e 25%. Serão as segundas unidades de produção nesses campos.