Silvia Cardoso
Ataques envolvendo pitbulls no Rio deixam idosa com amputação e adolescente ferida. Secretário municipal reforça proibição da venda e necessidade de cuidados com cães agressivos.
No dia 26 de abril, a idosa Celeste Alves Leite, de 88 anos, passou por um momento de terror ao ser atacada por uma cadela da raça pitbull, de apenas 2 anos, enquanto saía de casa para descartar o lixo. O incidente ocorreu quando o animal, pertencente a um vizinho, a derrubou no chão e mordeu sua mão esquerda com extrema violência. Apesar da tentativa de ajuda por pessoas que estavam por perto, o cachorro demorou a ser contido.
As lesões causadas foram tão severas que levaram à amputação de um dedo e parte da mão da idosa, que segue internada no Hospital Memorial, localizado no Engenho de Dentro, Zona Norte do Rio de Janeiro.
Medidas Adotadas Pela Secretaria de Proteção Animal
Após o ocorrido, familiares da vítima acionaram a Secretaria Municipal de Proteção e Defesa dos Animais por meio do canal 1746. Na terça-feira (6/5), o secretário da pasta, Luiz Ramos Filho, notificou oficialmente os responsáveis pelo animal. Ele informou que o pitbull, embora esteja com a vacinação em dia, permanecerá sob observação e passará por castração e implantação de microchip.
Segundo o secretário, a tutora do animal comprometeu-se a realizar ajustes de segurança, incluindo a troca do portão da residência — que apresentava defeitos — e a utilização obrigatória de focinheira sempre que o cão for levado à rua, como estipula a legislação vigente.
“O tutor de um cão com histórico de agressividade deve agir com máxima responsabilidade. Não se pode colocar em risco a integridade de outras pessoas”, reforçou Luiz Ramos Filho em apelo público.
Segundo Caso no Mesmo Dia: Adolescente Atacada em Padre Miguel
Coincidentemente, também no dia 26 de abril, uma adolescente de 14 anos foi vítima de outro ataque envolvendo um pitbull, desta vez em Padre Miguel, Zona Oeste da cidade. A jovem estava no quintal de sua casa quando o cachorro da própria família a atacou, provocando mordidas nas nádegas e arranhões por várias partes do corpo.
Câmeras de segurança registraram o momento em que a mãe da adolescente e uma outra pessoa tentam desesperadamente conter o animal. A vítima foi levada inicialmente ao Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, sendo posteriormente transferida para o Hospital Municipal Rocha Maia, em Botafogo, na Zona Sul. Ela recebeu o protocolo completo de prevenção à raiva, incluindo vacina e soro antirrábico.
O pitbull foi recolhido por uma equipe da secretaria e levado ao Centro de Controle de Zoonoses, em Santa Cruz, onde outros 204 cães estão abrigados — 72 deles da mesma raça.
Reforço das Regras e Alerta à População
O secretário municipal destacou novamente que, no município do Rio de Janeiro, a comercialização de pitbulls e outras raças classificadas como agressivas é proibida por lei. Além disso, reiterou que a castração desses animais é obrigatória, e que os tutores devem observar regras rígidas de segurança.
“Esses animais precisam ser castrados. O tutor deve ser responsável. Passeio, só de focinheira e o tutor não pode em hipótese alguma facilitar que o animal fuja de casa e vá para a rua, pondo em risco a vida de outras pessoas. O animal não deve ficar próximo ao portão, que deve estar sempre trancado”, disse o secretário.
Os dois episódios trágicos servem como um alerta contundente sobre a importância de cuidados preventivos ao lidar com cães de porte e comportamento potencialmente agressivos. Além da obediência à legislação, é fundamental que tutores adotem atitudes conscientes e responsáveis, protegendo não apenas os seus animais, mas também a segurança de toda a comunidade.
