Madro/Dublin/Osolo (Reuters) – Espanha, Irlanda e Noruega reconheceram oficialmente um Estado palestino nesta terça-feira (28), apesar da reação irada de Israel, que está cada vez mais isolado após mais de sete meses de conflito em Gaza.
Madri, Dublin e Oslo disseram que procuraram acelerar os esforços para garantir um cessar-fogo na guerra de Israel contra o Hamas em Gaza. Os três países disseram esperar que sua decisão estimule outros países da União Europeia a seguir o exemplo.
Espanha
“É a única maneira de avançar em direção ao que todos reconhecem como a única solução possível para alcançar um futuro pacífico, um Estado palestino que viva lado a lado com o Estado israelense em paz e segurança”, disse o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, em um discurso televisionado.
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A Espanha estava reconhecendo um Estado palestino unificado, incluindo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, sob a Autoridade Nacional Palestina, com Jerusalém Oriental como sua capital, afirmou ele.
A medida significa que 146 dos 193 Estados-membros das Nações Unidas agora reconhecem um Estado palestino, disse o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, nesta terça-feira.
A Autoridade Palestina, que exerce um governo autônomo limitado na Cisjordânia sob ocupação militar israelense, saudou a decisão.
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Sánchez disse que Madri não reconheceria nenhuma mudança nas fronteiras pré-1967, a menos que ambas as partes concordassem.
Irlanda
Em uma reunião de governo hoje, a Irlanda também reconheceu formalmente o Estado da Palestina. O Governo reconhece a Palestina como um Estado soberano e independente e concordou em estabelecer relações diplomáticas plenas entre Dublin e Ramallah.
Um embaixador da Irlanda no Estado da Palestina será nomeado juntamente com uma embaixada completa da Irlanda em Ramallah.
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O governo destacou o trágico pano de fundo do anúncio de hoje e voltou a apelar a um cessar-fogo imediato em Gaza, à libertação dos reféns israelitas e ao acesso sem entraves à ajuda humanitária.
“A Irlanda reconhece o Estado da Palestina no espírito da paz, num anúncio coordenado com os nossos amigos e colegas em Espanha e na Noruega.”
O Departamento de Relações Exteriores da Irlanda já havia anunciado na semana passada que transformaria seu escritório de representação em Ramallah, na Cisjordânia, em uma embaixada, nomearia um embaixador e elevaria o status da missão palestina na Irlanda para uma embaixada.
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“Queríamos reconhecer a Palestina no final de um processo de paz, no entanto, fizemos esse movimento junto com a Espanha e a Noruega para manter vivo o milagre da paz”, disse o primeiro-ministro irlandês, Simon Harris, em comunicado.
Israel condenou repetidamente a decisão. O governo israelense afirma que a medida reforça o Hamas, grupo militante islâmico que liderou o ataque mortal de 7 de outubro contra Israel, o qual desencadeou a guerra na Faixa de Gaza, governada pelo Hamas.
Noruega
“Queríamos reconhecer a Palestina no final de um processo de paz, mas fizemos esse movimento ao lado da Espanha e da Noruega para manter vivo o milagre da paz. Peço novamente ao primeiro-ministro de Israel, Netanyahu, que ouça o mundo e pare com a catástrofe humanitária que estamos vendo em Gaza.”
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“Durante mais de 30 anos, a Noruega tem sido um dos mais fortes defensores de um Estado palestiniano. O reconhecimento da Palestina como um Estado pela Noruega representa hoje um marco nas relações entre a Noruega e a Palestina”, disse o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Espen Barth Eide.
O ministro apresentou um documento com o reconhecimento formal ao primeiro-ministro palestino, Mohammed Mustafa, numa reunião em Bruxelas no domingo, 26 de maio.
“Era importante poder apresentar pessoalmente um documento formal ao primeiro-ministro Mohammed Mustafa. Ele valoriza muito o envolvimento da Noruega e os nossos esforços para promover uma solução de dois Estados. O reconhecimento da Palestina como Estado pela Noruega é uma mensagem clara de apoio às forças moderadas em ambos os países”, afirmou Eide.
Eide liderou duas reuniões em Bruxelas, em 26 de maio, onde foram discutidas a crise na Palestina e a necessidade de uma solução de dois Estados.
(Com Reuters)