A XP reduziu a projeção para o Ibovespa para o fim do ano de 149 mil para 145 mil pontos, ainda um potencial de valorização de 19% em relação ao fechamento de maio, devido a taxas de juros mais altas.
O valor justo da casa é calculado como uma média de quatro metodologias: 1) um modelo DCF (fluxo de caixa descontado), no qual assume um WACC (média ponderada de custo de capital) de 11,9%, 2) um modelo de P/L, ou preço sobre lucro, que assume um múltiplo de 9,0 vezes, e mesmo assim abaixo da média histórica de 11 vezes, 3) um EV/Ebitda (soma do valor de mercado das ações de uma companhia com a dívida líquida/lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 5,3 vezes, também abaixo da média histórica de 6,5 vezes, e 4) um modelo bottom-up (análise micro depois macro) usando o preço-alvo estimado dos analistas da XP para cada constituinte do índice. A XP continua vendo as ações brasileiras como atrativas com um P/L de 7,7 vezes, o que ainda leva a um potencial importante de valorização.
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Em sua carteira top 10 de ações, a XP removeu a Localiza (RENT3), pois vê uma dinâmica de lucro incerta para frente. “O desempenho dos Seminovos ainda está pressionado no curto prazo, causado principalmente pela contínua queda nos preços dos carros usados, fator que ainda não deu sinais claros de reversão ou estabilização da tendência. Estamos reintroduzindo a Petrobras (PETR4) [na carteira]”, ressalta a casa.
A XP reconhece que a petroleira estatal pode continuar enfrentando ruídos e um fluxo de notícias intenso e que incertezas permanecem com relação aos dividendos extraordinários, especialmente considerando possíveis atividades relacionadas a passivos fiscais contingentes, e de M&A [fusões e aquisições]. “Entretanto, estamos confiantes de que os dividendos. pagos de acordo com a fórmula mínima continuarão a oferecer rendimentos atraentes de 10-11%. Além disso, a recente reação adversa do mercado às mudanças na administração criou um ponto de entrada favorável, em nossa opinião, com os riscos associados agora parcialmente precificados”, ressalta a equipe.
Os estrategistas da XP ressaltam que o Ibovespa terminou maio com mais um mês negativo, caindo 3,0% em reais e 4,0% em dólares. No acumulado do ano, as ações brasileiras caíram 16% em dólares, ainda entre os mercados mais fracos a nível global.
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Conforme destaca a equipe de estratégia da XP, o cenário de taxas mais elevadas nos EUA continua afetando o Brasil, enquanto alguns riscos domésticos também continuam pesando: 1) riscos fiscais, 2) riscos de política monetária, após a última reunião do Copom, e 3) aumento da interferência do governo em algumas empresas.
Embora a XP comece a ver uma melhora no cenário externo, com dados econômicos melhores nos EUA e uma recuperação na China, os ativos no Brasil continuaram sendo pressionados por riscos domésticos. “Uma combinação de riscos fiscais, maior cautela na política monetária e maior interferência do governo em grandes empresas (como a Petrobras), continuam pesando no sentimento”, avalia a equipe, ressaltando que recente pesquisa com investidores institucionais mostrou que o sentimento em relação ao Brasil está no menor nível de todos os tempos.
Assim, os estrategistas questionam se é hora de ser contrário ao consenso ou não.
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Como um ponto positivo, eles reiteram a melhora da China e possíveis impactos para o Brasil. Depois de serem consideradas “não-investíveis” por muitos investidores, as ações chinesas estão se recuperando. Em 2024, o MSCI China subiu 6.5%, dentre os melhores índices globais.
“Embora um cenário melhor na China possa beneficiar o Brasil, dado o aumento dos preços das commodities e potencialmente trazendo fluxos de capital para os mercados emergentes, no curto prazo, os impactos podem não ser tão positivos. Isso porque o Brasil pode estar perdendo fluxos de investidores para outros emergentes”, avaliam.