Quando a hora do bebê nascer se aproxima, os pais vivem uma inesquecível experiência de ansiedade, diante da expectativa do parto, nesse momento, tudo o que mais se deseja é que mamãe e filho passem bem e a criança venha ao mundo com muita saúde, mas para algumas famílias, imprevistos podem acontecer, complicações que não estavam sendo esperadas, mas que os pais precisam ter muita força, fé e acreditar que tudo será resolvido.
Para pais de bebês que precisam ficar na UTI neonatal após o nascimento, fica a angústia de quando será possível pegar o filho no colo e levar para casa, após receber alta no hospital. É nesse momento que os pais precisam de muito apoio, a família precisa fortalecer a mãe que, caso o bebê tenha que permanecer na UTI por muito tempo, toda a rotina será alterada e o pai que, na maioria precisa retornar ao trabalho.
Para tentar amenizar o sofrimento dos pais, a fisioterapeuta Kêndyce Almeida e a enfermeira Karina Favaro, funcionárias no Hospital Maternidade São José, em Colatina, no Espírito Santo, ambas atuam na UTI neonatal, tiveram a iniciativa de fazer algo diferente que pudesse ajudar essas famílias.
“Pensamos como poderíamos amenizar um pouco a dor dos pais que, muitas vezes, não tinham nem a oportunidade de pegar seus filhos no colo, por conta da gravidade do quadro. Como a Páscoa estava chegando, inicialmente, resolvemos fazer orelhas de coelho e colocar nos bebês. Depois, definimos que em todas as datas comemorativas faríamos algo diferente. Eu sempre tive habilidades manuais e a Karina ideias legais, então, comecei a confeccionar as fantasias que seriam colocadas nos pacientes para fotografá-los”, explicou a fisioterapeuta Kêndyce à revista Crescer.
“Tornou-se rotina. Já fizemos carnaval, Páscoa, festa junina, Dia das Crianças, mês da prematuridade, Natal e até da Copa do Mundo. Os pais adoram, mas sempre explicamos previamente e eles assinam um termo de consentimento autorizando”, explicou a profissional de saúde.
Durante esse período de pandemia, foi necessário o hospital reduzir o tempo de visitas, por isso ideia teve de ser ajustada.
“Resolvemos pensar em algo diferente e definimos que, sempre que um bebê fizer mesversário, vamos comemorar com balão, cartinha no leito desejando felicidades, bolo fake, foto e até figurino temático. Médicas, enfermeiras e outras fisioterapeutas do setor se uniram e compraram as roupas”, disse a fisoterapeuta.
“Pretendemos continuar com essa iniciativa. Humanização faz parte de nossas vidas. É extremamente gratificante ver a felicidade dos familiares, é isso que nos motiva sempre a sermos profissionais melhores e mais humanos. É sentir a dor do outro como se fosse a sua e tentar confortar”, concluiu.