Sem a referência dos Treasuries em função do feriado nos EUA, as taxas dos DIs fecharam a segunda-feira em baixa firme, reagindo a comentários mais brandos do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre as expectativas de inflação no Brasil, ainda que o relatório Focus tenha revelado aceleração das projeções para o IPCA nos próximos anos.
No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 estava em 10,365%, ante 10,4% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 10,71%, ante 10,84% do ajuste anterior.
A taxa para janeiro de 2027 estava em 11,025%, ante 11,149%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 11,295%, ante 11,4%. O contrato para janeiro de 2031 marcava 11,67%, ante 11,748%.
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O feriado do Memorial Day manteve o mercado de títulos norte-americano fechado, o que reduziu a liquidez também nos mercado brasileiro.
Pela manhã, o relatório de mercado Focus indicou que a projeção para o IPCA — o índice oficial de inflação – para 2025 saltou de 3,74% para 3,75% e para 2026 foi de 3,50% para 3,58%.
Nos dois casos o percentual se distanciou do centro da meta de inflação de 3% perseguida pelo BC.
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Apesar disso, as taxas dos DIs entraram em trajetória de baixa já pela manhã, com investidores à espera da fala de Campos Neto em um evento em São Paulo, programada para o início da tarde.
Após Campos Neto começar a falar, perto das 13h30, as taxas aprofundaram a queda, com investidores reagindo a uma visão aparentemente mais branda do presidente do BC sobre as expectativas de inflação.
Ele reconheceu que as expectativas subiram em função de ruídos recentes, relacionados às contas públicas, à credibilidade do BC e a seu compromisso com a meta de inflação. Além disso, citou as preocupações com os impactos econômicos da tragédia no Rio Grande do Sul, o cenário externo desfavorável e a divisão de votos na última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom).
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Ao mesmo tempo, Campos Neto afirmou que as expectativas de inflação devem melhorar no longo prazo.
“(A expectativa de inflação) voltou a subir… A gente entende que no longo prazo isso deve se estabilizar e voltar a melhorar”, disse Campos Neto em evento promovido pelo grupo Lide, em São Paulo.
“Achamos que ao longo do tempo, com nossa comunicação, as pessoas vão entender que a divisão do Copom foi técnica”, acrescentou, reconhecendo ainda que a decisão mais recente “acabou influenciando a inflação implícita”.
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Os comentários de Campos Neto fizeram as taxas dos DIs renovarem as mínimas do dia.
Ainda que a curva brasileira tenha fechado, a precificação para o próximo encontro do Copom, em junho, seguiu indicando de forma majoritária manutenção da Selic.
Perto do fechamento a precificação indicava 82% de chances de manutenção da Selic em 10,50% ao ano, contra 18% de probabilidade de corte de 25 pontos-base.
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No relatório Focus, a expectativa mediana dos economistas ainda é de corte de 25 pontos-base da Selic em junho, com nova redução da mesma magnitude apenas em dezembro.
Na terça-feira as atenções estarão voltadas para a divulgação do IPCA-15 de maio, indicador considerado uma espécie de prévia da inflação oficial.