Após três dias em alta, as taxas dos DIs fecharam a sessão desta quinta-feira, 6, em baixa firme, finalmente ajustando-se aos recuos recentes dos rendimentos dos Treasuries, em meio à perspectiva de que o Federal Reserve poderá promover dois cortes de juros ainda em 2024, enquanto no Brasil o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a citar a piora das expectativas de inflação.
No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 — que reflete a política monetária no curtíssimo prazo — estava em 10,455%, ante 10,464% do ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 10,87%, ante 10,929% do ajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,185%, ante 11,253%.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2029 estava em 11,605%, ante 11,659%, e o contrato para janeiro de 2031 marcava 11,79%, ante 11,84%.
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As taxas dos DIs subiram nas três sessões anteriores no Brasil, a despeito de no exterior os rendimentos dos Treasuries terem caído na esteira da divulgação de dados favoráveis sobre a economia norte-americana. O descompasso do mercado brasileiro de renda fixa nos últimos dias foi justificado, em parte, pelo aumento da percepção de risco, após o governo ter apresentado propostas legislativas com impactos na área fiscal.
“Houve uma piora de percepção de risco fiscal no Brasil (nos últimos dias), muito pela dificuldade do governo de aprovar medidas compensatórias da desoneração da folha”, pontuou Rafael Sueishi, head de renda fixa da Manchester Investimentos.
Nesta quinta-feira, porém, as taxas futuras finalmente se ajustaram em baixa.
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“Isso é reflexo do fechamento dos (yields dos) Treasuries nos últimos dias. A gente já havia ficado bem para trás nos três dias anteriores, quando (os rendimentos dos) Treasuries estavam caindo bastante, mas as taxas (dos DIs) não. Hoje a gente se ajusta”, acrescentou Sueishi.
Neste cenário, a taxa do contrato para janeiro de 2027, um dos mais líquidos no Brasil, tocou a mínima de 11,160% em vários momentos do dia, em baixa de 9 pontos-base — um recuo bem mais intenso que do rendimento do Treasury de dez anos, que se manteve perto da estabilidade durante boa parte do dia.
O fechamento da curva a termo brasileira ocorreu a despeito de, pela manhã, Campos Neto ter reiterado preocupações do BC com o avanço das expectativas de inflação.
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“As expectativas de mercado têm piorado consistentemente, o que é um fator de preocupação”, disse Campos Neto durante palestra no MKBR24, evento promovido pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e pela B3, em São Paulo.
Por outro lado, Campos Neto voltou a afirmar que a inflação no Brasil está no “processo de convergência” e disse que o número mais recente de inflação “foi bom”.
Apesar do recuo das taxas dos DIs ao longo do dia, a curva a termo seguiu precificando de forma majoritária o fim do atual ciclo de cortes da taxa Selic pelo BC.
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Perto do fechamento desta quinta-feira a precificação da curva indicava 88% de chances de manutenção da Selic em 10,50% ao ano no encontro de junho do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, contra apenas 12% de probabilidade de corte de 25 pontos-base. Na véspera, estes percentuais eram de 96% e 4%, respectivamente.
No exterior, o Departamento do Trabalho dos EUA informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 8.000 na semana encerrada em 1º de junho, para 229.000, em dado com ajuste sazonal. Economistas consultados pela Reuters previam 220.000 pedidos na última semana.
Já o Banco Central Europeu (BCE) cortou sua taxa de depósito para 3,75%, de um recorde de 4,0%, mas não deu nenhuma indicação sobre se esse movimento será seguido por um novo afrouxamento em julho.
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Às 16h34, o rendimento do Treasury de dez anos –referência global para decisões de investimento– caía 1 pontos-base, a 4,283%.
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