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‘Taxa das blusinhas’ traz alívio, mas isonomia não foi alcançada, diz analista






Conteúdo XP

Os players locais de varejo de vestuário respiram mais aliviados após a aprovação na Câmara dos Deputados na quarta-feira (29) de imposto de 20% sobre as compras internacionais de até US$ 50, conhecido também como “taxa das blusinhas”, mas a medida não fecha a lacuna da igualdade tributária.

Laryssa Sumer, analista de varejo do research da XP, que participou nesta sexta (31) do Morning Call da XP, comentou sobre a medida aprovada na Câmara de taxação de importação de produtos adquiridos de marketplaces estrangeiros.

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Medida positiva

A analista lembrou que antes do Remessa Conforme, programa do governo federal lançado ano passado e que impôs regras às compras feitas em sites internacionais, o imposto era de 60% e essa alíquota continua para as compras acima desse patamar de US$ 50.

“De modo geral, a gente vê esse anúncio como positivo e muito aguardado pelas varejistas, principalmente os de vestuários de média renda, como Renner (LREN3), C&A (CEAB3) e Guararapes (GUAR3) – dona da Lojas Riachuelo -, que são impactadas pela Shein e empresas de e-commerce, e Casas Bahia (BHIA3) e Magalu (MGLU3), que são impactadas por Shopee e outros tipos de players”, afimrou.

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Alívio para a competição

“A gente acredita que esse tipo de tributação ela traz um alívio para competição”, acrescentou. “Mas a gente entende também que essa alíquota de 20% é ainda insuficiente para fechar o que a gente chama de gap tributário, que é essa diferença entre a tributação que é cobrada desses players internacionais com os players locais”, afirma.

Segundo a analista, “a isonomia tributária não foi alcançada, mas é um passo em direção a uma alíquota mais justa para os varejistas locais”.

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A medida ainda vai tramitar no Senado antes de ir à sanção presidencial. “É bem provável que ela seja aprovada”, disse.

Mais uma chinesa

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Já sobre o anúncio da entrada no Brasil da empresa de comércio eletrônico Temu, representando o ingresso de um novo player no setor, Laryssa Sumer relata que a chinesa já tem operação em mais de 65 países.

“É um player que a gente vem comentando desde do ano passado, porque vem chamando a nossa atenção pela expansão lá fora, pelo tamanho que chegou nos Estados Unidos”, disse durante o programa.

Marketing forte

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De acordo com a analista, a notícia de que a Temu teria aderido ao Remessa Conforme mexeu com os varejistas locais. “Eles disponibilizaram site e app (aplicativo) em português. O site já está com flag (chamada) de que em breve estarão por aqui”, destacou.

“Os próximos passos para ela (Temu) chegar devem incluir o desenvolvimento de uma operação logística no Brasil, como fizeram os players Shein e Shopee. Eles já têm uma parceria com a J&T Express”, ressaltou.

A analista comentou ainda que a expansão nos Estados Unidos (da Temu) foi caracterizada por uma forte estratégia de marketing. “Isso ajuda a construir uma base de clientes muito acelerada. Esse app que está disponibilizado (no Brasil) já tem vários downloads (baixar o aplicativo da internet). Com certeza, e um player que a gente tem que ficar atento”, disse.

Entrada no Brasil igual aos EUA

Larissa Sumer citou que nos Estados Unidos, num segundo momento, depois de instalada, a Temu abriu a plataforma para alguns sellers (lojas que atuam no marketplace) locais.

“Eles devem seguir no Brasil mais ou menos os mesmos passos que seguiram nos Estados Unidos, que foi uma expansão muito bem-sucedida”, afirma. Para ela, a mais expostas a entrada da Temu no Brasil seriam as varejistas de vestuário.

A analista lembrou que a Shein e a Shopee entraram no Brasil quando esse tipo de operação de venda na internet era menos regulamentado. “Isso pode ser um mitigador. A taxação (aprovada na Câmara) pode ser um mitigador de crescimento da Temu”, mencionou.

“Outro ponto, que não é só com a Temu, mas com algumas outras plataformas chinesas, é que elas têm tido problemas regulatórios nos Estados Unidos. Então, elas vêm freando um pouco os investimentos. A gente acredita que essa retração de investimentos (nos EUA) pode impulsionar investimentos em outros países, como o Brasil, que não tem esse risco regulatório”, pontuou.

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