in

Qual está na frente na preferência de gestores?






Conteúdo XP

As companhias de varejo vêm sofrendo por conta do cenário de juros altos no Brasil. Apesar da recente queda das taxas, a Selic continua no nível de dois dígitos, pressionando as ações do setor, que dependem muito do crédito para ver as vendas melhorarem.

Mas o mau momento para as companhias também abre espaço para que investidores comprem as ações de forma descontada. No Super Clássicos da Bolsa 2024, programa da XP Investimentos, dessa quinta-feira (12), dois gestores defenderam suas visões para o Grupo SBF (SBFG3) e para a Arezzo (ARZZ3).

Baixe uma lista de  10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de crescimento para os próximos meses e anos

Continua depois da publicidade

Grupo SBF (SBFG3) ou Arezzo (ARZZ3)?

Bruno Rignel, gestor da Alpha Key Capital, começou falando do motivo que leva a sua equipe a investir na SBF, dona da Centauro e que possui a licença para vender produtos da Nike no Brasil. 

Segundo ele, a visão é que a companhia, conforme o cenário macroeconômico for melhorando, deve conseguir mostrar ao mercado os “verdadeiros impactos” da aquisição dos direitos da Nike.

Com a compra feita no final de 2020, a interpretação do gestor é que até agora a companhia não conseguiu explorar totalmente a marca por conta de todo o cenário macroeconômico. 

Continua depois da publicidade

“Na época da aquisição da Nike, os juros estavam baixos e o varejo ia bem. Nesse momento tinha muita tangibilidade em entender o que estava acontecendo no setor, para onde a Nike poderia ir e outras vertentes. Mas logo o cenário mudou e, desde então, o varejo vem decepcionando”, comenta Rignel. 

O que aconteceu, fora isso, é que, em um primeiro momento, o Grupo SBF cometeu um erro ao pedir muitos produtos da Nike tendo como base o cenário de juros baixo em meio à pandemia. Quando o ciclo de alta começou, Centauro e Nike ficaram com um estoque grande e as vendas indo mal.

“Houve uma animação excessiva no começo do casamento com a Nike, mas foi um problema temporário. Acreditamos na equipe. As pessoas que estão no comando da varejista hoje tiraram a empresa do buraco em 2014, em um cenário muito mais difícil. Eles fizeram todo um trabalho ao longo do ano passado e a competência está ficando evidente”, expõe. 

Continua depois da publicidade

Para a Alpha Key, quando o cenário macroeconômico começar a melhorar, e os juros caírem mais, a dona da Centauro deve se beneficiar, mostrar a sua capacidade plena e voltar a trazer o crescimento das suas novas vertentes.

A SBF, entre 2020 e 2021, tinha toda uma proposta de se tornar um hub digital, produzindo conteúdo (sendo dona do Canal Desimpedidos), desenvolvendo aplicativos para pacotes de sócio-torcedores e por ai vai. 

“De qualquer forma, achamos que o preço está subvalorizado mesmo sem levar a possibilidade de crescimento”, avalia Bruno. 

Continua depois da publicidade

Alta renda

Já Rafael Furlan, sócio na Norte Asset Management, defendeu a tese que leva a sua gestora a investir em Arezzo. 

A varejista está em um momento um pouco diferente, por ser mais focada em alta renda. Nos últimos anos, essas empresas não sofreram tanto como as demais, já que seu público-alvo não depende tanto de crédito para ir às compras. 

Leia mais:

Continua depois da publicidade

“Foi uma empresa que cresceu muito mais do que o varejo como um todo, mesmo na comparação com as empresas de alta renda. As marcas core, com Schutz, Anacapri e Birman tiveram crescimento relevante e hoje têm um market share elevado”, menciona. 

Fora isso, o gestor lembra que a Arezzo fez alguns M&As (fusões e aquisições, na sigla em inglês) “muito interessantes”. No comando da Reserva, após uma compra também em 2020, por exemplo, a companhia tende a transformar uma marca que tinha um faturamento de R$ 300 milhões para uma que, no próximo ano, trará uma receita de R$ 2 bilhões.

Mesmo com o crescimento das marcas, no entanto, a visão da Norte é que há espaço para várias delas ir além. “Anacapri ainda tem share baixo. Reserva e Vans [que a Arezzo tem direito de negociação no Brasil] também devem crescer mais”, pontua.

Por fim, há também toda a questão da fusão agora com o Grupo Soma, que tende a trazer “vertentes interessantes de crescimento”.

“A Farm tem o potencial de crescimento global. Foi muito bem aceita lá fora, se consolidando com características brasileiras. Já a Hering também tem um crescimento aquém do mercado há algum tempo. Na mão do novo management, tem condições de retomar o avanço”, conclui.

Mais Super Clássicos da Bolsa:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Após queixa de vazamento, Haddad se reúne de novo com setor financeiro nesta 6ª feira

Dólar hoje opera em baixa, mas preocupações fiscais seguem no radar