O Goldman Sachs soltou uma atualização para as perspectivas do petróleo nos próximos e reforçou recomendação de compra para ações de algumas empresas petrolíferas pelo mundo, como Petrobras (PETR4) no Brasil.
Para o banco, apesar da grande atenção dada ao impacto dos veículos elétricos (EVs) na demanda por gasolina, o pico da demanda por petróleo ainda está a uma década de distância.
Segundo os cálculos da equipe de análise do banco, o pico da demanda por petróleo deve ocorrer por volta de 2034, em aproximadamente 110 milhões de barris de óleo equivalente por dia (mb/d), seguido por um longo platô até 2040. Antes disso, o banco americano prevê uma elevação da demanda de 106 mb/d para 108,5 mb/d em 2030.
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Nesse contexto, o Goldman Sachs tem uma visão mais otimista do que a da Agência Internacional de Energia (IEA), que avaliou que a demanda por petróleo atinge o pico antes de 2030.
Para o banco, a duração do ciclo de alta do refino global pode ser mais longa do que os investidores atualmente antecipam, pois a utilização global do refino pode permanecer bem acima dos níveis médios históricos entre 2024 a 2027.
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O Goldman Sachs vê uma configuração apertada para o mercado de refino fora da China, assumindo que as exportações da China permaneçam restritas.
Com relação aos EVs, o banco comenta que a recente estagnação nas vendas aumenta as chances do cenário de adoção lenta de EVs, o que implica que a demanda por petróleo continuaria aumentando para cerca de 113 mb/d até 2040.
Entre os derivados do petróleo, o banco disse ser mais construtivo sobre os médios (diesel/combustível de aviação) do que sobre a gasolina, pois o crescimento incremental da oferta destes devem ficar significativamente atrás do crescimento da demanda entre 2024 a 2027, em parte devido ao pico de demanda posterior que esperada para os derivados médios (meados da década de 2030) em comparação com a gasolina (2028).
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Combinando a perspectiva mais positiva de demanda por petróleo a longo prazo com a análise de oferta para upstream (exploração e produção) e refino, o Goldman destacou 23 ações globais classificadas como comprar ou vender ao longo da cadeia de valor global do petróleo. Para upstream, o banco disse gostar dos líderes em fluxo de caixa livre (Shell, Petrobras, CNOOC, CVE, CNQ), bem como exposição ao potencial de crescimento (ENI, COP, DVN) e portfólios lucrativos (PTTEP, STO, CVX); para refino, afirma gostar dos beneficiários da força das margens de refino (Thai Oil, S-Oil, Reliance Industries, Repsol, DINO, MPC, PSX), bem como dos líderes em biocombustíveis). O banco ainda disse ser mais negativo sobre ONGC, IOC e HelleniQ.
Petrobras é compra
O Goldman Sachs tem recomendação de compra para ações da Petrobras, pois vê a estatal oferecendo forte geração de caixa (FCF) nos próximos anos, além de um rendimento de FCF de cerca de 14% e um rendimento de dividendos de cerca de 9%.
“A Petrobras experimentou uma valorização contínua do preço das ações nos últimos anos, o que é atribuido a fundamentos sólidos e à governança aprimorada como resultado da reestruturação iniciada em 2016”, diz relatório.
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Diante disso, o banco acredita que será importante para os investidores monitorar se algum aspecto da governança será alterado, além do recente anúncio de mudanças na diretoria – embora o banco acredite que as leis atuais e os estatutos da Petrobras em vigor tornem desafiador para uma nova administração mudar significativamente a alocação de capital e as políticas de precificação de combustíveis.
A Petrobras se destaca, segundo os analistas, dada sua grande exposição à Bacia de Santos, atualmente em fase de crescimento, com um número importante de FPSOs (plataformas_ entrando em operação e aumentando a produção em direção ao pico, compensando a deterioração de seus ativos maduros na Bacia de Campos.
Os preços-alvo do Goldman de 12 meses para ações ordinárias e preferenciais da Petrobras são de, respectivamente, R$ 46,10 e R$ 41,90.