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Os setores da Bolsa brasileira mais afetados pelo aumento das projeções de inflação

Dado o cenário atual de aumento das expectativas de inflação para os próximos anos, o Santander calculou a correlação entre a inflação implícita de 2 anos no Brasil e os índices setoriais do Ibovespa, com base em dados desde junho de 2016.

Segundo o banco, o índice que contém empresas de materiais básicos (IMAT) tem a correlação mais positiva com a inflação implícita (32%). “Isso pode estar relacionado aos efeitos da desancoragem das expectativas de inflação sobre a taxa de câmbio, com viés de depreciação cambial”, explica o banco, o que beneficia essas empresas, muitas vezes exportadoras.

Além disso, o fato dessas empresas serem menos sensíveis ao ambiente macroeconômico do país (e mais relacionadas à dinâmica dos preços das commodities) também contribui para a correlação observada: diante de expectativas desancoradas, o Santander acredita que os investidores teriam mais tendência a aumentar sua preferência por empresas menos relacionadas ao ciclo de atividade doméstica.

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Por outro lado, o índice de empresas do setor imobiliário (IMOB) tem a maior correlação negativa com a inflação implícita de 2 anos (-55%), seguido pelo índice de varejo (ICON; -42%).

De acordo com relatório, empresas desses setores são mais dependentes das condições econômicas e tendem a ser mais vulneráveis quando as expectativas inflacionárias estão desancoradas.

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Veja abaixo a correlação entre a inflação e os setores da Bolsa:

Correlação entre setores da Bolsa e inflação

Projeções de inflação aumentando

No início de fevereiro, a Pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central do Brasil com projeções de mercado, indicava o IPCA em 3,50% para o final de 2025; essa expectativa subiu para 3,64% na Pesquisa Focus anterior à reunião do Comitẽ de Política Monetária (Copom) em 8 de maio; a Pesquisa Focus mais recente, publicada nesta segunda-feira (3), mostrou que as projeções medianas do IPCA estão em 3,77% para o final de 2025. A meta de inflação do Brasil está atualmente fixada em 3% até 2026.

Para analistas, parte da desancoragem das previsões de inflação se deve à mudança no conselho do Copom no próximo ano, já que o atual presidente, Roberto Campos Neto, e os mandatos de outros dois diretores expiram no final deste ano. Como resultado, o comitê será renovado, com o governo atual nomeando a maioria dos membros.

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“Esse cenário, combinado com a votação dividida na reunião de maio do Copom, levou o mercado a esperar que a próxima composição do comitê possa adotar uma visão mais leniente sobre a inflação no futuro”, explica Santander.

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