As ações da Embraer (EMBR3) acumulam fortes ganhos de 64% em 2024, a maior alta do Ibovespa, o que tem levado a recorrentes questionamentos sobre se vale a pena ou não investir no papel no momento. Nesta semana, Bradesco BBI e Santander destacaram a visão sobre os próximos números da companhia e sobre o ativo.
O BBI, por sinal, fez uma pesquisa com 19 investidores institucionais, sendo 37% de acionistas no papel, a fim de formar um consenso sobre a receita líquida, o Ebitda e o resultado final da Embraer para 2025. Na média, a projeção é de uma receita líquida de US$ 7,03 bilhões (alta anual de 10%, lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) de US$ 795 milhões, margem Ebitda de 11,3% e lucro líquido de US$ 295 milhões.
Para os analistas do banco, se os resultados esperados para 2025 se concretizarem, haverá compradores marginais para essas ações, apesar do excelente desempenho do preço das ações de 96% desde que o BBI passou a listar a Embraer como uma de suas preferências (Top Picks). em setembro de 2023.
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“Esperamos que essa perspectiva positiva seja sustentada por: 1) potencial renovação da frota de aproximadamente 271 aeronaves, que poderiam ir para os E2s na América do Norte para substituir os A319s e os B737-700s; 2) a Embraer deve começar a registrar receitas adicionais de serviços e suporte em meio à expansão da empresa do grupo chamada OGMA em Portugal; 3) novos pedidos firmes para seu negócio de defesa enquanto avança nas negociações relacionadas à produção do KC390; e 4) o processo de arbitragem ainda pendente com a Boeing.
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Os analistas do BBI apontam que todos esses fatores combinados reforçam a sua alta convicção sobre as ações e não estão incorporados em seu preço-alvo de R$ 38,00 para 2024, mantendo assim recomendação de compra para a ação, ainda que com um baixo potencial de valorização (de cerca de 4%) frente o fechamento da véspera.
O Santander também manteve uma visão construtiva e recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para o papel, graças à combinação de crescimento robusto do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e geração de fluxo de caixa (FCF).
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Também corroboram para otimismo do banco a expectativa de melhorias na Aviação Comercial nos próximos anos, respaldadas por ganhos de escala após o aumento de volume e uma precificação gradualmente mais saudável, bem como uma visão construtiva para o principal avião cargueiro da empresa — o C-390 Millennium — potencialmente ganhando mais pedidos de diferentes forças militares ao redor do mundo, à medida que a adoção da aeronave por diferentes nações deve gerar mais pedidos.
Com relação a estimativas, o Santander cortou a previsão de Ebitda em média em 4% em 2024 e 2025. Além disso, o novo preço-alvo para o ADR (recibo de ação negociado nos EUA) é de US$ 37,00 (US$ 26,00 excluindo EVE), em comparação com US$ 38,00 anteriormente (US$ 27,00 excluindo EVE), mas ainda um potencial de valorização de 33% frente o fechamento de quarta. O banco vê o ADR da Embraer negociando a 8,5 vezes EV/Ebitda estimado para 2024 e 6,9 vezes para 2025 contra média histórica de 10,1 vezes nos últimos 10 anos.