Os papéis do Magazine Luiza (MGLU3) acumulam queda de mais de 10% desde o grupamento das ações de 10 para 1, realizada em 27 de maio. O recuo é ainda mais intenso se considerado desde quando a varejista atingiu o seu recorde, em 2020, sendo superior a 95%.
Um dos motivos que uma empresa faz o grupamento é para reduzir a volatidade dos papéis dado o baixo valor de face dos ativos em meio à forte queda, sem que reduza nem eleve o patrimônio do acionista da empresa. Com nome técnico de inpit, esse mecanismo faz a junção de várias ações em uma só e, desta forma, eleva o valor do ativo.
De acordo com o levantamento da Elos Ayta Consultoria, as ações do Magazine Luiza registram queda de 12,73% desde o grupamento, considerando a movimentação das ações até a última sexta-feira (31) às 14h (horário de Brasília). No mês fechado de maio, as ações caíram 8,90%, após uma recuperação na reta final do pregão de sexta, enquanto no ano a baixa é de 42,36%, a quarta maior do Ibovespa.
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O recorde da ação, de R$ 272,30 (valor ajustado por proventos e pelo grupamento) foi registrado em 5 de novembro de 2020. Desde essa data, considerando os ajustes, a queda é de 95,77%.
Essa queda é superior ao movimento de baixa do papel registrado entre 2011 e 2015, quando a desvalorização foi em 93,52%. Esse período, no entanto, foi sucedido por uma forte recuperação dos preços, aponta Einar Rivero, diretor da Elos Ayta Consultoria. Entre 14 de dezembro de 2015 e o recorde de 2020, a valorização foi de 91.736%.
O que acontece com a ação?
Apesar de ter trazido avanços operacionais nos seus últimos resultados, a mudança de percepção de que os juros brasileiros podem continuar nos dois dígitos até o final do ano minguou o ânimo do mercado com MGLU3 no mês.
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O cenário de juros ainda altos da economia, o de consumo ainda desafiador e de mais competição no setor, ainda que a empresa tenha registrado melhores margens nos últimos trimestres, segue limitando maior ânimo com os papéis.
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Nesta semana, contudo, uma boa nova para a companhia. Ganhou destaque a notícia de que a Alaska Investimentos voltou a investir em MGLU3, que levou a gestora de fundos à fama. A história da Alaska com o Magalu é antiga, uma vez que a gestora foi uma das primeiras a apostar na varejista, em dezembro de 2015, quando as ações estavam em baixa, abocanhando uma fatia de 12% da empresa. Na sequência, as ações dispararam e fizeram a gestora fundada por Luiz Alves Paes de Barros, Henrique Bredda e Ney Miyamoto ganhar fama no mercado. A saída da gestora do Magalu se deu também antes da derrocada dos ativos.
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Assim, a aposta do Alaska pode ser considerada um gesto de confiança em meio às mudanças na varejista, que tem priorizado aumento da rentabilidade.
Já de acordo com compilação LSEG com 11 casas que cobrem o papel, 1 recomenda compra, 8 manutenção e 2 venda, mostrando que o mercado segue cauteloso com o papel.