As taxas dos DIs fecharam a sexta-feira, 31, em baixa firme, acompanhando a queda dos rendimentos dos Treasuries no exterior, após a divulgação de dados favoráveis de inflação nos Estados Unidos e se ajustando ao recuo dos yields visto também na véspera, quando foi feriado no Brasil.
No fim da tarde, a taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 — que reflete a política monetária no curtíssimo prazo — estava em 10,395%, ante 10,429% do ajuste anterior, de quarta-feira.
A taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 10,8%, ante 10,867% do ajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,155%, ante 11,238%. A taxa para janeiro de 2028 estava em 11,455%, ante 11,543%, e o contrato para janeiro de 2031 marcava 11,85%, ante 11,94%.
Na quarta-feira, as taxas dos DIs haviam disparado mais de 20 pontos-base, com investidores elevando as apostas de que no atual ciclo o Banco Central não cortará mais a taxa básica Selic, hoje em 10,50% ao ano, podendo até mesmo subir juros mais à frente caso as expectativas de inflação sigam desancoradas.
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Como quinta-feira foi feriado de Corpus Christi no Brasil, o mercado já abriu a sexta-feira ajustando preços tendo como referência a forte alta das taxas dos DIs na quarta-feira e o recuo dos rendimentos dos Treasuries na véspera, após revisão para baixo do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano no primeiro trimestre.
O viés de baixa foi reforçado pela divulgação do índice de inflação PCE, dado bastante observado pelo Federal Reserve para formulação de política monetária. O indicador subiu 0,3% em abril, informou o Departamento de Comércio dos Estados Unidos, igualando o dado de março. Na base anual, o indicador avançou 2,7%, mesmo percentual de março. Os resultados tanto para o mês quanto para o ano vieram em linha com as projeções de economistas consultados pela Reuters.
Já o núcleo do PCE teve alta de 0,2% em abril, abaixo do 0,3% esperado pelos economistas.
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Em reação, os yields dos Treasuries cederam em meio à leitura de que o PCE mantém a perspectiva de corte de juros nos EUA em 2024. No Brasil, as taxas dos DIs registraram as mínimas da sessão. Às 9h33, logo após a divulgação do índice, a taxa do contrato para janeiro de 2026 atingiu a mínima de 10,775%, em queda de 9 pontos-base ante o ajuste anterior.
Depois houve certa recuperação, mas o viés negativo dos Treasuries manteve as taxas dos DIs no território negativo até o fim da sessão.
Apesar da queda das taxas no dia, para o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, o mês foi de dificuldades para os ativos brasileiros de modo geral, com “a curva longa batendo a 12%, parte por questões aqui de Brasil, de temores fiscais, temores em relação aos próximos passos do Banco Central, parte por conta da deterioração do cenário externo, com Treasuries de dez anos indo para acima dos 4,50% de novo”.
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Porém, segundo ele, na quinta e na sexta-feira surgiram duas boas notícias — o PIB dos EUA e o PCE.
“Tudo isso recoloca um pouco a chance de corte de juros (nos EUA) em setembro, então o mercado está completamente pendurado neste próximo movimento do Fed”, acrescentou Gala, em análise enviada a clientes pela manhã.
Perto do fechamento desta sexta-feira, a precificação da curva a termo indicava 81% de chances de manutenção da Selic em 10,50% ao ano em junho, contra 19% de probabilidade de corte de 25 pontos-base. Para o encontro de novembro do BC, a curva precificava alta de 16 pontos-base da Selic, contra alta de 28 pontos-base vista na quarta-feira.
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Às 16h36, o rendimento do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — caía 5 pontos-base, a 4,508%.