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JPMorgan corta preços-alvo de construtoras e reitera preferir queridinha do setor

De olho na recente piora no cenário macroeconômico, o JPMorgan decidiu reduzir os preços-alvo das construtoras sob sua cobertura na média em 6% e reiterou sua preferência pela ação da Cyrela (CYRE3), com recomendação equivalente à compra. O preço-alvo para CYRE3, por sua vez, passou de R$ 32 para R$ 28.

Segundo o banco, o papel da Cyrela possui uma avaliação atrativa em comparação com os pares, com um Preço (P)/Lucro (L) de 5,6 vezes em 2025 contra 6,4 vezes e 7,2 vezes para outras empresas de alta qualidade, como Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3).

Vale lembrar que o Goldman Sachs e Itaú BBA também reforçaram otimismo e recomendação de compra para as ações Cyrela nos últimos dias.

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Além de Cyrela, o banco tem recomendação equivalente à compra para Direcional, Cury e Tenda (TEND3). A meta de preço para a Tenda permaneceu a mesma em R$ 16 por papel, enquanto a Direcional foi a única subir de R$ 32 para R$ 33 e a da Cury caiu de R$ 26 para R$ 25.

Por outro lado, o JPMorgan manteve classificação neutra para Eztec (EZTC3) e MRV (MRVE3). O preço-alvo da ação da Eztec passou de R$ 18 para R$ 16, e o da MRV caiu de R$ 9 para R$ 8. A ordem de preferência do banco é CYRE3, DIRR3, CURY3, TEND3, EZTC3, e MRVE3.

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Apesar das mudanças de target, o banco americano comenta que os resultados do 1T24 foram sólidos em todas as empresas sob sua cobertura, levando a uma revisão para cima de 3% a 11% no lucro líquido para 2024 e 2025, excluindo a MRV, para a qual promoveu cortes de 1 a 6% do lucro no mesmo período.

Embora não espere fraqueza nos fundamentos de baixa renda no curto prazo (próximos 6 a 9 meses), o JPMorgan vê riscos assimétricos devido à potencial falta de financiamento do FGTS e surpresas negativas na decisão do FGTS no STF – ainda sem data definida para a retomada do caso – dado o otimismo do mercado sobre esses temas.

“Além disso, no segundo trimestre (2T24), a geração de fluxo de caixa (FCF) para o segmento de baixa renda pode ser negativamente impactada por mudanças na metodologia de transferências da CEF (registro em cartório ante protocolo), o que pode ser interpretado negativamente pelos investidores, mesmo que não altere os fundamentos”, ressalta.

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Os analistas explicam que agora as empresas terão que manter parte das transferências da Caixa Econômica Federal como caixa restrito por mais tempo, o que não deve impactar a dívida líquida reportada, mas limitará a capacidade da empresa de usar seu caixa. Segundo cálculos, as construtoras mais impactadas podem ser Cury, Tenda, Direcional e MRV, nesta ordem.

Com relação à tragédia no Rio Grande do Sul, o banco acredita que as enchentes no Estado podem impactar os canteiros de obras existentes, levando a custos de reparo, e consequentemente, diminuir as margens de curto prazo nesses projetos, que posteriormente podem ser compensados por reembolsos de seguros, bem como uma desaceleração na porcentagem de conclusão, levando a menores receitas durante o trimestre.

De acordo com relatório, as construtoras com maior exposição ao RS são: Tenda, com cerca de 6% das pré-vendas, Cyrela, com menos de 5% dos lançamentos e MRV, com menos de 2% das pré-vendas.

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