Após a tragédia enfrentada pelo Rio Grande do Sul, analistas consideram que o impacto no Produto Interno Bruto (PIB) pode ser compensado por estímulos e reconstrução da região. Alguns economistas, no entanto, projetam queda entre 0,2 a 0,3% do PIB no segundo trimestre.
A coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palis, entende que ainda é cedo para tecer estimativas, segundo declarou a jornalistas hoje, ao comentar o PIB do primeiro trimestre.
A região corresponde a cerca de 6% do dado de produção nacional. E, de acordo com a coordenadora do IBGE, 50% dos municípios que compõem o dado estiveram em situação de calamidade pública.
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Ainda que estimativas sejam feitas por economistas, Rebeca considera que são necessários mais dados para ter a dimensão do impacto no PIB do segundo trimestre de 2024.
Impacto enchentes no RS sobre PIB
Mesmo considerando uma produção zerada nos municípios em calamidade pública, a coordenadora do IBGE destaca que não é possível garantir que, de fato, tenha havido “zero” produção para que se desconsidere os dados dos municípios nas projeções.
Rebeca ainda afirmou que toda estimativa agora é especulação e que só com os dados concretos será possível estimar o real impacto.
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Governo prevê desaceleração da atividade
Após uma recuperação do PIB no primeiro trimestre, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda divulgou nota alertando para uma desaceleração no próximo trimestre devido à recente calamidade no Rio Grande do Sul.
Setores como agropecuária, indústria de transformação e serviços, especialmente transporte e hospedagem, serão os mais afetados.
Embora considere que medidas de auxílio fiscal e de crédito devam mitigar os impactos, a SPE destaca que seus efeitos serão graduais.
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“Dessa maneira, mesmo com o resultado positivo e similar ao projetado pela SPE no primeiro trimestre de 2024, restam incertezas a respeito da estimativa de crescimento para 2024”, concluiu a SPE.
Reversão
Para economistas, a tragédia pode trazer queda marginal no segundo trimestre, pela desaceleração na região. Ainda assim, a expectativa é de retomada no terceiro trimestre, de acordo com o JPMorgan, assim que a situação se normalizar e os esforços de reconstrução derem resultado.
Enquanto isso, César Garritano, econonomista-chefe da Somma Investimentos, avalia que, mesmo sem dados concretos da região, pode-se estimar uma perda de até 0,2 p.p. no PIB do segundo trimestre. O economista projeta que será o trimestre mais enfraquecido de 2024.
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A estimativa de Gustavo Sung, economista da Suno, é similar, com possibilidade de impacto negativo de 0,2 a 0,3 p.p. sobre o PIB dependendo do tamanho dos prejuízos. Sung faz a ressalva de que as medidas de reconstrução podem trazer impacto positivo para o crescimento do país no médio e longo prazo.
“Por ora, acreditamos que os auxílios concedidos e os investimentos que serão feitos para a reconstrução do estado poderão compensar a possível baixa na atividade econômica no segundo trimestre”, acrescenta Claudia Moreno, do C6 Bank.