Após a confirmação de gripe aviária em aves comerciais em Montenegro, governo do RS declara estado de emergência sanitária em 12 municípios. Veja as ações do Mapa e os riscos à saúde pública.
O governo do Rio Grande do Sul decretou sábado (17/05), estado de emergência em saúde animal, após a confirmação da presença do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP), também conhecida como gripe aviária, em aves comerciais de uma propriedade rural localizada no município de Montenegro. A medida, anunciada dois dias após a detecção do vírus na última quinta-feira (15), visa conter a disseminação da doença e garantir a segurança sanitária da cadeia avícola.
Conforme o decreto, o estado de emergência terá duração de 60 dias e se aplicará a 12 municípios da região: Triunfo, Capela de Santana, Nova Santa Rita, Montenegro, Esteio, Canoas, Gravataí, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Cachoeirinha, Novo Hamburgo e Portão.
No mesmo dia do decreto, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) comunicou que já localizou os destinos dos ovos férteis oriundos da granja afetada. Esses ovos para incubação foram rastreados e identificados em estabelecimentos nos estados de Minas Gerais, Paraná e no próprio Rio Grande do Sul.
Diante da situação, o Mapa deu início à execução do plano de contingência específico para a influenza aviária e a doença de Newcastle, que inclui a eliminação dos ovos contaminados ou potencialmente contaminados. Segundo a pasta:
“ Ressaltamos que não há comprovação de que tais ovos estejam contaminados com vírus da gripe aviária e que todas as medidas necessárias para proteção da avicultura nacional estão sendo adotadas ” (Mapa, em nota).
Vale destacar que esses ovos não são destinados ao consumo humano direto, e sim utilizados como matrizes para reprodução de novas aves. Segundo informações divulgadas pelo G1, a granja localizada em Montenegro já iniciou o processo de descarte e destruição dos ovos incubáveis.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) está monitorando atentamente a confirmação do foco do vírus da gripe aviária de alta patogenicidade em Montenegro (RS), conforme informado oficialmente pelo Ministério da Agricultura e Pecuária.
Segundo a FAO, além de ser uma ameaça direta à saúde animal, o vírus representa uma preocupação crescente em virtude do risco de transmissão de aves vivas para seres humanos. Também são destacados os possíveis impactos sobre a biodiversidade, a segurança alimentar e a saúde pública regional.
Mesmo diante do alerta, a organização reforça que: “O consumo de carne de frango e de ovos continua seguro, especialmente quando submetido a cozimento adequado, e que o risco de infecção humana ainda é considerado baixo.”
A declaração de estado de emergência no Rio Grande do Sul reforça o compromisso das autoridades com a contenção imediata do surto de gripe aviária e com a preservação da segurança sanitária do setor avícola brasileiro. As ações rápidas de rastreamento, destruição preventiva de ovos e vigilância ativa demonstram que o Brasil está preparado para enfrentar esse tipo de ocorrência com responsabilidade e transparência. Ainda que o risco à saúde humana permaneça baixo, a cooperação entre estados, governo federal e organismos internacionais é essencial para mitigar impactos econômicos e sanitários mais amplos.