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Expectativa de inflação para 2026 é mais preocupante, diz economista da XP






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O mercado se assustou com os dados do Boletim Focus desta semana com a projeção do IPCA subindo para este e os dois próximos anos. Para o mercado, 2025 seria a expectativa mais relevante a se observar, mas 2026 também já preocupa.

Alexandre Maluf, economista da XP, que participou nesta terça (28) do Morning Call da XP, analisou as estimativas futuras do Focus para a taxa de inflação e observou um movimento muito acentuado para o índice para daqui a dois anos.

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Inflação: dados desafiadores

“Os dados do Boletim Focus são desafiadores, com destaque para 2026. As expectativas de inflação para 2026 estavam em 3,5% desde julho do ano passado. E dessa vez saltou de 3,50% para 3,58%”, disse.

“É uma alta relativamente grande para um período tão longo e já mostra uma desancoragem adicional”, acrescentou.

Ele chamou atenção do que vinha acontecendo 2025, com recentes aumentos sucessivos da expectativa inflacionária, mas a desancoragem de 2026 foi surpreendente. “A mensagem aqui é de um cenário mais desafiador para o Banco Central”, afirmou.

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Ele citou que presidente do BC, Roberto Campos Neto, tem destacado em suas falas recentes as expectativas para cima do IPCA, embora ele ainda veja uma convergência da inflação para a meta com o tempo.

Desancoragem das expectativas

“Ele (Campos Neto) tem destacado incertezas fiscais e incertezas relacionadas à condução da política monetária nos próximos três anos. Tudo isso tem pesado no mercado”, disse.

O analista lembra que Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central, tem também mostrado preocupação com a desancoragem das expectativas.

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Para o economista, nesse quadro, a taxa Selic deve caminhar em patamar ainda restritivo por mais tempo, para justamente buscar essa convergência de expectativas de inflação.

Estimativa fora do consenso

“Nosso cenário não é consensual de mercado e esperamos que o BC reduza a Selic na próxima reunião (do Copom) em 0,25pp, com uma decisão dividida, com alguns membros votando pela manutenção da taxa”, comentou.

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“Hoje, a preço de mercado, a manutenção da taxa tem muita mais probabilidade do que um corte adicional, mas de todo modo a gente acredita que tenha espaço para que o BC busque esse corte”, destacou.

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Maluf avalia também que as consequências da tragédia climática no Rio Grande do Sul só devem ser sentidas por completa no resultado do IPCA do mês de maio.

Para o analista, o impacto maior talvez nem seja nos grãos, como se falava no passado, mas na cadeia logística, que “é muito difícil mesurar”.

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