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Dividendos são o “lugar para se estar agora”, diz XP; casa aponta retornos de até 21%

A visão de que o Banco Central possa ter encerrado o ciclo de corte de juros, por ora, vem ganhando força no mercado e pesado sobre ativos de risco. Em meio a um mercado mais desafiador para a renda variável nos próximos meses, o olhar do investidor tem se voltado para ações de empresas mais resilientes e com capacidade de oferecer uma renda com dividendos.

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“É um cenário que não é bom para small caps [empresas de menor valor de mercado e menos líquidas], mas é muito bom para empresas de dividendos, que são mais estáveis e defensivas. Dividendos são o lugar para se estar agora”, defende Fernando Ferreira, estrategista-chefe e chefe do research da XP.

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Uma das maneiras de analisar as empresas que podem ser boas pagadoras de dividendos é olhar para o dividend yield projetado por especialistas para as companhias neste ano.

Petrobras, bancos e elétricas no radar

Apesar de toda a polêmica dos últimos meses, as ações da Petrobras (PETR4) estão entre os destaques, com uma expectativa de que o dividend yield chegue a 21% neste ano. De olho nas boas perspectivas, os papéis da petroleira voltaram a fazer parte da carteira de dividendos da XP neste mês no lugar das ações da Taesa (TAEE11).

Ferreira lembra que houve um intenso cabo de guerra entre o governo e a diretoria da companhia sobre o pagamento de dividendos extraordinários pela petroleira nos últimos meses, mas que o conselho de administração da estatal aprovou em abril a distribuição de R$ 21,9 bilhões em dividendos extraordinários em maio e junho.

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Por estar no centro do debate político, a XP reconhece, em relatório, que há incertezas sobre o pagamento de dividendos extraordinários nos próximos meses, mas diz que está confiante de que os proventos vão ser atraentes, com rendimentos entre 10% e 11%, caso seja respeitada a fórmula mínima de pagamentos.

A casa acredita ainda que criou-se um “ponto de entrada favorável” agora, já que os riscos associados ao papel ficaram “parcialmente precificados” após a reação adversa do mercado às mudanças na administração da empresa.

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Outro destaque está nas ações do Banco do Brasil (BBAS3). Nos cálculos da XP, o banco pode oferecer um dividend yield de 16,9% neste ano. As expectativas da casa também são positivas para a taxa de retorno com dividendos que pode ser entregue pelo Itaú Unibanco (ITUB4), que pode chegar a 7,6% em 2024.

“Bancos devem ter uma aceleração do pagamento de dividendos neste ano. O crescimento de lucro das instituições financeiras deve seguir bem sólido, com um guidance de crescimento da carteira próximo de 10%”, destaca Ferreira.

Elétricas também ajudam a compor um bom portfólio de dividendos. Na lista de junho da XP estão as ações da Alupar (ALUP11) e da Cemig (CMIG4), com expectativas de dividend yield que podem chegar a 3,7% e 9,0%, respectivamente.

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Já os papéis da Taesa foram retirados da carteira recomendada da XP de junho, que traz as empresas que podem ser boas pagadoras de dividendos. A mudança tem como foco alterações recentes na política de proventos da companhia. No mês passado, a empresa informou que os dividendos passarão a ser calculados com base no lucro regulatório, o que é comum dentro do setor de transmissão de energia, mas que pode pressionar os patamares de proventos distribuídos no curto prazo.

Confira abaixo as ações da carteira recomendada de dividendos da XP de junho e as respectivas projeções para o dividend yield neste ano:

Fonte: XP

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Reinvestir é fundamental para incrementar retornos

Para além de ver as ações de dividendos como uma boa oportunidade, Ferreira destaca a importância de reinvestir os rendimentos obtidos com os proventos pagos pelas empresas. “A melhor coisa é reinvestir e aumentar a sua posição naquele papel. Isso cria a famosa ‘bola de neve’ no longo prazo, que é a estratégia do Luiz Barsi Filho”, observa o especialista.

Um estudo recente da XP aponta que, nos últimos cinco anos até 8 de maio deste ano, a ação preferencial da Petrobras (PETR4) gerou um retorno de 362% a quem reinvestiu os dividendos no papel. Já quando os proventos não foram reinvestidos, o retorno foi significativo, mas menor: 51%.

“O investidor conseguiu aumentar a posição só com os dividendos e ter um retorno acumulado maior do que se pegasse e investisse em outro tipo de ativo. É preciso usar os dividendos como fonte pra aumentar o patrimônio”, resumiu.

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