A Cosan (CSAN3) registrou prejuízo líquido de R$ 192,2 milhões no primeiro trimestre de 2024 (1T24), o que representa uma perda 78% menor na comparação com o mesmo período de 2023, “principalmente devido a despesas financeiras”, avalia XP Investimentos.
Os resultados da Cosan para o 1T24 chegaram com um atraso incomum nessa temporada de resultados, uma vez que a empresa tinha um novo auditor independente (BDO) e isso exigiu um tempo adicional para finalizar os trabalhos. Dessa forma, a maioria das empresas operacionais da Cosan já havia reportado seus resultados.
O Itaú BBA classificou os resultados do 1T24 como neutros, uma vez que a Rumo (RAIL3) reportou resultados positivos em 9 de maio e a Raízen (RAIZ4) reportou resultados neutros em 13 de maio, impactada positivamente pelo reconhecimento de créditos tributários extraordinários. Já os resultados trimestrais da Vale (VALE3) , publicados em 24 de abril, ficaram ligeiramente abaixo das estimativas. A Compass divulgou seus resultados do 1T24 em 14 de maio, com queda trimestral e anual no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). A Moove, por sua vez, informou ontem, com resultados mais fortes impulsionados por um melhor mix de produtos no trimestre.
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De positivo, o BBA ressalta a redução de 0,1 ponto percentual da alavancagem pró-forma da Cosan para 2,3 vezes no 1T24, principalmente devido à maior posição de caixa nos negócios da empresa no trimestre. Na Cosan Corporate, o índice de cobertura de juros melhorou de 1,0 vez no 4T23 para 1,1 vez no trimestre passado, principalmente devido aos efeitos da reversão do financiamento no período.
Já o Morgan Stanley disse gostar que a gestão da Cosan esteja focando mais nos fluxos de caixa de holding do que nos resultados pró-forma, uma vez que o fluxo de dividendos e a gestão da dívida são os principais impulsionadores de valor para a controladora.
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Segundo o banco americano, o fluxo de caixa do 1T24 foi pressionado devido ao cancelamento do financiamento da Vale de R$ 3,8 bilhões, que foi superior às novas captações de R$ 2,9 bilhões e aos dividendos recebidos R$ 900 milhões.
Na frente operacional, o negócio de lubrificantes Moove superou a estimativa de Ebitda em 21% com margens mais altas, que ficaram próximas dos níveis máximos de 13,5%. O negócio de arrendamento de terrenos Radar, no entanto, registrou Ebitda 43% abaixo das expectativas, pois disse ter superestimado a contribuição vinda de Janus e Tellus.
Embora tenha havido pouca ou nenhuma surpresa na divulgação de resultados em si, o Bradesco BBI avalia que a dívida líquida estável foi um destaque marginalmente positivo, já que a holding está sendo capaz de se autofinanciar com dividendos recebidos das subsidiárias, o que também é o caso em no último trimestre.
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Também com relação ao endividamento, a XP Investimentos destaca que a dívida líquida (ex-ações da Vale e ações preferenciais) diminuiu para R$ 22,7 bilhões no final do 1T24, a dívida líquida consolidada/EBITDA foi de 2,3 vezes e a liquidez no nível da holding é bem superior aos vencimentos para os próximos três anos.
O Morgan reiterou recomendação equal-weight (exposição igual a média do mercado, equivalente à neutro) para ação da Cosan e preço-alvo de R$ 20.
Por outro lado, o BBI e BBA mantiveram classificação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de, respectivamente, R$ 27 e R$ 23.