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CNA amplia alcance com escolas no interior do Brasil e expande a bandeira Ctrl+Play

Uma das maiores redes de escolas de idiomas no Brasil, o CNA investiu em novos formatos de franquias e avançou pelo interior do país. Se eram menos de 600 unidades no início da pandemia de covid-19 no Brasil, hoje esse número está em 727. A empresa tem acelerado a implementação de unidades da rede de programação e robótica Ctrl+Play. Adquirida pelo grupo em novembro de 2023, na época com 10 escolas, hoje a bandeira deu um salto para 92 unidades. Com a lição de casa bem-feita, a expectativa do CEO, Décio Pecin, é de que as unidades de ensino combinadas cheguem a 1 mil entre o fim deste ano e o início de 2025.

“A gente pretende terminar o ano com 770 escolas CNA, 180 escolas Ctrl+Play, e mais 50 franquias digitais, um modelo novo que a gente desenvolveu. Com isso, chegaremos ao número de 1 mil franquias ao fim deste ano”, diz Pecin ao InfoMoney ao detalhar o esforço de expansão. “A gente foi buscar novos mapas nesse ‘Brasilzão’. Abrimos modelos menores como microfranquia, franquia escola, studio e, agora, a franquia digital. Com isso, conseguimos expandir em áreas que outrora não estávamos olhando, como cidades de 40 mil a 60 mil habitantes.”

Expansão pelo interior do país

A mudança no perfil de franquias possibilitou à companhia um crescimento expressivo nas regiões Norte e Nordeste, que não estavam tão presentes no radar no passado. Hoje, uma franquia no formato tradicional da escola de idiomas demanda um aporte de cerca de R$ 300 mil e fatura em média cerca de R$ 85 mil ao mês, com margem entre 20% e 25%. Já no modelo de microfranquia, lançado recentemente, o investimento é a partir de R$ 50 mil, com uma receita média mensal de R$ 25 mil.

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Em período de testes, o modelo de franquia digital advém da pandemia. “Com o fechamento das escolas, fomos obrigados a colocar as aulas que eram 100% presenciais para digitais. A gente migrou 100% das salas presenciais para virtuais. Com isso, descobrimos que era possível entregar a qualidade da sala de aula nesse modelo também”, afirma Pecin. Nesse formato, o aporte demandado é menor, cerca de R$ 5 mil, e o investimento em promoção e marketing é feito pela franqueadora. A ideia é atrair estudantes de cidades e regiões onde não existem unidades físicas.

Décio Pecin, CEO do CNA (Crédito: Divulgação)

O executivo também aprendeu que a troca de franqueados pode ser positiva para aumentar a receita das unidades. Hoje, cerca de 4% das unidades CNA são repassadas para outros operadores todo ano. “A gente acabou acelerando o programa de repasses interno depois que notamos que uma escola repassada cresce, nos primeiros 12 meses, quase 20% acima da média de uma escola que vem em ritmo normal”, aponta.

Programação e robótica

A compra da Ctrl+Play abriu a possibilidade para o CNA ampliar seu leque de serviços, mas ainda dentro do seu nicho de alunos. Dos quase 200 mil estudantes matriculados na rede de idiomas, 70% estão na faixa etária dos 7 aos 17 anos, público-alvo da bandeira de programação e robótica. “A gente tem uma oportunidade grande de ofertar algo que os pais podem estar procurando”, diz Pecin. “A ideia é ter de 15% a 20% dos alunos do CNA matriculados na Ctrl+Play. Estamos falando de cerca de 30 mil estudantes, uma oportunidade imediata para uma escola que veio para o grupo com 2 mil.”

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No mercado de programação e robótica, a disputa da Ctrl+Play se dá com redes como Happy e SuperGeeks. Para ganhar terreno rapidamente, a ideia é usar a capilaridade da bandeira CNA. “A nossa orientação estratégica é tornar todos os pontos CNA, que já vão chegar a quase 800 este ano, em hubs de educação livre, que extrapolem a oferta de idiomas de inglês e espanhol”, diz o executivo. A partir de agosto, a Ctrl+Play irá ofertar cursos de inteligência artificial e ciência de dados para seus alunos.

Duolingo

Pecin reconhece que aplicativos móveis de gamificação como o Duolingo são rivais para o CNA e provocam algum nível de evasão em suas escolas. Mas, segundo ele, não chegam a incomodar. “Todo negócio que vai mais para o digital, como o deles, é um negócio que precisa ter um nível de captação muito mais agressivo, porque o ciclo de vida desse aluno acaba sendo menor”, diz.

Saída de fundo

Hoje, cerca de um terço da rede de ensino pertence ao fundo de private equity Actis, que fez um aporte de R$ 135 milhões na operação em 2012. Na época, a expectativa era chegar a 1 mil unidades até 2018, algo que não se concretizou devido à piora do cenário econômico. O prazo estipulado inicialmente para a saída do fundo foi expirado na pandemia, mas a ideia de momento é, num esforço conjunto, buscar um novo parceiro que assuma essa parcela da Actis no negócio.

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“O mercado não está acenando para um IPO, então a gente está olhando para novos parceiros que queiram entrar com uma participação parecida com essa [da Actis]”, diz o executivo.

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