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avenidas de crescimento que fizeram ação saltar seguem; há teto para ação?

O fortalecimento da operação de financiamento ao consumo e ganhos operacionais devem contribuir para o crescimento da receita da C&A (CEAB3) nos próximos trimestres, melhorando as perspectivas para a ação, que no ano acumula alta de 24%, após subir 242% em 2023.

Na avaliação de analistas, a varejista de moda já começou a colher os frutos das mudanças operacionais trazidas pelo modelo “push and pull”, que consiste na reposição de itens de acordo com a demanda de cada loja. Para o Santander, essa estratégia contribui para o aumento das vendas.

“A C&A deverá continuar se beneficiando das iniciativas existentes, como o push and pull e preços dinâmicos, que esperamos que impulsionem a aceleração do crescimento da receita. Nós esperamos expansão da margem bruta, mas mais modesta dada a melhoria já observada em 2023”, avaliaram em relatório a clientes.

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No primeiro trimestre, a varejista de moda registrou uma receita liquida de R$ 1,4 bilhão, alta de 17,1% na comparação com igual período de 2023. Já a margem bruta no mesmo período passou de 50,3% para 53%.

O Santander espera que neste ano a receita termine o ano com uma expansão de 9,9%. A perspectiva de melhora no resultado fez a instituição elevar de R$ 8,80 para R$ 11,20 o preço-alvo do papel, o que dá um potencial de valorização de 15%. Já a recomendação foi mantida como neutra, pois os analistas avaliam que boa parte do cenário positivo já foi precificado.

Outro fator que os analistas do Santander acreditam que impulsionará os resultados da varejista é a retomada da abertura de lojas, prevista para o próximo ano. Ao final de março, era 332 lojas. O plano da companhia é abrir entre 15 a 20 novas lojas por ano a partir de 2025, até a meta de 120 inaugurações.

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Já para o Goldman Sachs, a operação financeira da C&A, a C&A Pay, tem potencial de alavancar as vendas. Diferentemente do cartão de crédito, em que a parceria com o Bradesco (BBDC4) impõe algumas restrições em relação ao risco, o C&A Pay é para ser utilizado apenas nas lojas da varejista e com condições de pagamento mais flexíveis (parcelado em cinco vezes sem juros ou oito vezes com juros).

“A empresa estima que o aumento da oferta de crédito representou cerca de um terço do crescimento das vendas no varejo”, destacou o relatório do Goldman Sachs.

O C&A Pay registrou uma participação de 25% no total de vendas da varejista. A meta é alcançar a fatia de 35% até o final de 2026.

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O Goldman destacou ainda que o C&A Pay é mais uma ferramenta para ajudar nas vendas, dado que há uma demanda por parte dos clientes, do que uma operação para buscar maiores receitas com a venda de produtos financeiros.

“A administração (da C&A) deixou claro que esses usuários dificilmente fariam do C&A Pay seu principal relacionamento bancário. Como resultado, seguros e outros produtos financeiros devem ser limitados às necessidades relacionadas à varejista”, explicou, em relatório.

Ao final do primeiro trimestre, essa operação ao consumo contava com 5,5 milhões de clientes e uma carteira de crédito de R$ 900 milhões.
Em meio ao avanço do C&A Pay, a parceria com o Bradesco vai perdendo participação. No primeiro trimestre de 2023, as compras feitas com cartões emitidos junto ao banco totalizaram 5% do total. Entre janeiro e março de 2024, essa fatia caiu para 2%. O Goldman não tem cobertura para os ativos.

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O Itaú BBA, por sua vez, assim como o Santander, tem recomendação neutra para CEAB3, com preço-alvo de R$ 11 ao final de 2024 (upside de 13%). O banco avalia que a empresa está bem-posicionada para continuar a entregar um bom desempenho de vendas mesmas lojas (SSS, lojas abertas há um ano ou mais), apesar do cenário desafiador para as vendas no segundo trimestre, e expansão de margem (rentabilidade) no curto prazo.

Para a divisão financeira, não descarta a possibilidade de um resultado operacional (Ebitda) negativo no trimestre devido a um potencial aumento sazonal nas provisões em relação ao primeiro trimestre. Para o segundo semestre do ano, tem uma visão mais conservadora sobre a dinâmica de crescimento da receita da empresa, dada a base de comparação mais desafiadora, e o potencial retorno de outras empresas às concessões de crédito; e a sustentabilidade da expansão de margem na divisão de varejo. Por fim, o alto valuation no comparativo (vê em 13,5 vezes o múltiplo de preço sobre lucro, ou P/L, esperado para 2025) apoia a manutenção de recomendação neutra.

A maior parte dos analistas de mercado tem recomendação neutra ou equivalente para a ação, conforme compilação LSEG. De 6 casas que cobrem CEAB3, 4 recomendam manutenção e 2 compra, com um preço-alvo médio de R$ 11,21 (upside de 15%).

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