De olho nas novas tendências, a WEG (WEGE3) pretende quadruplicar sua produção de estações de recarga para VEs (veículos elétricos) até 2024,, o que é comemorado pelo mercado. O movimento é puxado pela alta demanda do setor e pelo crescimento do mercado de mobilidade sustentável no Brasil, passando de aproximadamente mil estações produzidas por mês em 2023 para 4 mil.
A companhia, segundo o diretor-presidente, Carlos Grillo, fornece para 24 fabricantes de VEs, sendo as concessionárias o principal canal de distribuição dos equipamentos. A empresa também conta com outras frentes de negócios que incluem parcerias com condomínios, infraestrutura para hubs de recarga, operadores de pontos de recarga, frotistas, etc.
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Na visão do Bradesco BBI, a companhia é o o porto seguro no mundo dos veículos elétricos a nível mundial. Com a chegada das marcas chinesas de VEs ao Brasil, a corrida pela eletrificação está cada vez mais acelerada, o que deve trazer grande demanda por soluções de geração, transmissão e distribuição (GTD), além de incentivar a venda de estações de recarga, baterias e powertrains para veículos pesados.
A Levante ressalta também que o mercado de mobilidade elétrica tem crescido rapidamente, apontando a alta no país. Os veículos elétricos e híbridos aumentaram sua participação nos emplacamentos, passando de 1% em 2020 para 4,3% em 2023. Neste ano, essa participação alcançou 7,4%, segundo dados da Anfavea. Em números absolutos, foram emplacados 91,3 mil veículos eletrificados no país em 2023. A Anfavea projeta que, neste ano, os emplacamentos dessas tecnologias podem atingir entre 150 mil e 180 mil veículos.
“Apesar de a curva de crescimento do mercado de mobilidade elétrica no Brasil ainda estar atrasada e diferir do restante do mundo, e mesmo que os negócios da WEG nesse setor representem uma parcela pequena de seu faturamento, a empresa possui uma perspectiva promissora à medida que a eletrificação de veículos avança globalmente, visão que compartilhamos”, aponta a casa de análise.
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Os analistas da Levante afirmam estarem confiantes de que, apesar de alguns desafios de curto prazo, a empresa tem perspectivas sólidas de crescimento a longo prazo, especialmente no segmento de Mobilidade Elétrica e na expansão do segmento de Transmissão e Distribuição nos Estados Unidos.
Visão cautelosa continua
Apesar do case promissor, a maior parte das casas de análise segue com uma visão cautelosa para a ação. Compilação LSEG com bancos que cobrem a ação aponta 3 recomendações de compra para WEGE3, mas 8 de manutenção e 1 de venda. O Bradesco BBI tem recomendação neutra para a ação, com preço-alvo de R$ 40 (potencial de alta, ou upside, de 4% frente o fechamento de sexta, de R$ 38,34), a mesma recomendação do Bank of America que, contudo, elevou nesta semana o preço-alvo de R$ 40 para R$ 44 (upside de 15%).
Ao olhar para o curto prazo da companhia, o BofA ressalta que a empresa deve manter um crescimento limitado da receita ao longo do ano, enquanto o valuation do papel permanece acima da média histórica. Ao mesmo tempo, a empresa tem enfrentado ventos contrários em algumas regiões e mercados finais, com a demanda por produtos industriais na Europa e a Ásia volátil, enquanto alguns clientes estão tentando reduzir os seus estoques. Outro ponto é que a WEG não tem entregas programadas para o segmento de energia eólica a partir do terceiro trimestre, enquanto a energia solar requer forte crescimento de volume para compensar a queda nos preços dos módulos.
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Nesta semana, o Morgan Stanley retomou cobertura para as ações WEGE3 com recomendação underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda), com preço-alvo de R$ 34. “Esperamos um forte crescimento contínuo da receita impulsionado pelo segmento de GTD [Geração, Transmissão e Distribuição] e tendências de transição de energia renovável. No entanto, esperamos uma desaceleração no Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações], à medida que vemos a rentabilidade se normalizar a partir de níveis elevados”, aponta, avaliando que a empresa é um nome de qualidade, mas o valuation parece esticado (ou seja, a ação está cara) em meio à desaceleração do crescimento.