A Vale (VALE3) está vendo os seus riscos diminuindo? Nos últimos dias, a evolução sobre uma proposta para acordo de reparação por conta do rompimento da barragem de Mariana e notícias sobre a renovação das concessões ferroviárias foram vistas como pontos positivos para a tese nas ações da mineradora. A expectativa é de que haja conclusão sobre esses temas ainda este mês, algo que o mercado deve monitorar de perto.
Depois de apresentar na última terça-feira (11) uma nova proposta de R$ 140 bilhões para acordo de reparação pelo rompimento da barragem de Mariana, ocorrido em 2015, a mineradora espera que o acordo seja fechado ainda em junho.
O vice-presidente executivo de assuntos corporativos e institucionais da Vale, Alexandre D’Ambrosio, confirmou ontem (13) que a empresa espera que o acordo definitivo sobre Mariana seja fechado em breve.
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O Bradesco BBI estima que as provisões adicionais alcancem aproximadamente US$ 1 bilhão (incluindo as contribuições da Samarco). Diante disso, apesar das provisões adicionais, o banco vê um acordo potencial com as autoridades locais como um evento de redução de riscos para a Vale.
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A Genial Investimentos, por sua vez, avalia que, embora tenha sido acima da proposta inicial, ainda assim a segunda tentativa da Vale e BHP de costurarem o acordo estaria mirando em um valor terminal -14,6% abaixo da contraproposta da Advocacia Geral da União (AGU), dos governos estaduais de Minas Gerais (MG) e Espírito Santo (ES), realizada semana passada.
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Portanto, a casa de análise tem um viés positivo para o valor, pois acredita que oferece um meio termo interessante (acima da proposta inicial, mas abaixo da contraproposta da AGU), com maiores chances de adesão.
Já para o prazo, embora a nova proposta certamente viria a beneficiar a Vale e BHP, analistas da Genial acreditam que a AGU e demais entidades do Poder Público deverão divergir, iniciando novamente mais uma fase de discussões.
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Com nova proposta, Vale (VALE3) está mais perto de acordo sobre tragédia de Mariana?
A Genial espera que a grande discussão existente entre as propostas deva ser acerca do prazo de pagamento. Na contraproposta enviada pelo Poder Público, o prazo solicitado para o pagamento dos R$ 109 bilhões era de 12 anos, levando em consideração um pleito de 20 anos feito pela Vale + BHP, descontado os 8 anos passados desde o acidente até a data atual. No entanto, a Vale, BHP e Samarco continuam solicitando agora na segunda proposta o prazo estendido de 20 anos, sem o desconto.
Também no radar da companhia, o Ministro dos Transportes do Brasil, Renan Filho, anunciou que as negociações com a Vale sobre a renovação antecipada das concessões ferroviárias estão progredindo bem e um acordo pode ser assinado ainda este mês, conforme reportado pela Reuters. O ministro acrescentou que o acordo pode alcançar cerca de R$ 20 bilhões, uma vez que o governo pretende retirar os descontos concedidos às empresas ferroviárias pela administração anterior.
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Para recapitular, no mês passado, o jornal Estadão informou que a mineradora havia proposto pagar R$ 16 bilhões, contra a solicitação inicial do governo de R$ 25,7 bilhões.
O BBI avalia que um acordo em torno de R$ 20 bilhões seria positivo, pois removeria uma incerteza sobre a ação, enquanto o impacto no valor presente líquido (VPL) para a Vale poderia ser insignificante.
A Genial Investimentos manteve recomendação de compra e elevou preço-alvo de R$ 72,30 para R$ 73,50 por ação da mineradora. O BBI também manteve recomendação equivalente à compra no nome.