Os exercícios russos para implantar armas nucleares táticas para combate envolveram a entrega de ogivas nucleares falsas em pontos de armazenamento avançados, além de um campo de aviação onde elas foram carregadas para bombardeios, de acordo com a unidade nuclear de elite da Rússia.
O presidente Vladimir Putin ordenou os exercícios nucleares depois do que a Rússia qualificou como ameaças do Ocidente, incluindo sinais de autoridades de outros países de que permitiriam que a Ucrânia atacasse intensamente a Rússia com armas ocidentais.
Os exercícios foram realizados no sul da Rússia, que faz fronteira com a Ucrânia. Eles envolveram soldados do distrito militar de Leningrado, no noroeste da Rússia, e incluíram lançadores de mísseis móveis, a Força Aérea e a Marinha.
Continua depois da publicidade
Em rara declaração, a 12ª Direção Principal da Rússia – que guarda, mantém, transporta e entrega o vasto arsenal de armas nucleares do país – disse que os exercícios seriam analisados para que ocorram melhorias.
A diretoria nuclear “garantiu a entrega de munições de treinamento nuclear aos pontos de armazenamento de campo da área posicional da brigada de mísseis e ao campo de aviação operacional da aviação de assalto”, disse.
“Será determinada uma maior melhoria no treinamento das forças nucleares não estratégicas, a fim de garantir o cumprimento das tarefas nos diversos cenários de desenvolvimento da situação político-militar.”
Continua depois da publicidade
Imagens divulgadas pelo Ministério da Defesa mostraram marinheiros russos focando em um alvo fictício e depois fazendo contagem regressiva para o lançamento, inclusive pressionando o botão “lançar”.
A Rússia afirma que os Estados Unidos e seus aliados europeus estão levando o mundo à beira de um confronto nuclear, ao darem à Ucrânia bilhões de dólares em armas, algumas das quais estão sendo utilizadas contra o território russo.
Enviando um sinal
Todas as grandes potências nucleares – Rússia, Estados Unidos, China, França e Grã-Bretanha – realizam exercícios nucleares, mas é muito raro associá-los explicitamente a uma grande crise atual, como a Rússia fez em relação à Ucrânia.
Continua depois da publicidade
Ao fazer isso, a Rússia tenta enviar um sinal aos Estados Unidos e a seus maiores aliados europeus de que permitir que a Ucrânia ataque o território russo com armas ocidentais cada vez mais avançadas é uma escalada que pode gerar consequências.
Os Estados Unidos dizem que não viram qualquer mudança na postura estratégica da Rússia, embora altos funcionários dos serviços secretos norte-americanos digam que é preciso levar a sério as observações de Moscou sobre as armas nucleares.
Rússia e Estados Unidos são de longe as maiores potências nucleares do mundo. Os dois países possuem cerca de 88% de todas as armas nucleares, de acordo com a Federação de Cientistas Americanos.