Budapeste (Reuters) – A Hungria não bloqueará as decisões da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de fornecer apoio à Ucrânia, mas concordou que não se envolverá, disse o primeiro-ministro Viktor Orbán nesta quarta-feira (12), durante uma visita a Budapeste do secretário-geral da aliança ocidental, Jens Stoltenberg.
A Hungria tem estado em desacordo com outros países da Otan em relação ao cultivo contínuo de Orbán de laços estreitos com a Rússia e a recusa em enviar armas para a Ucrânia, com o ministro das Relações Exteriores de Budapeste no mês passado rotulando os planos para ajudar a nação atingida pela guerra como uma “missão maluca”.
“A Hungria deixou claro hoje que não bloqueará as decisões da Otan que, embora sejam diferentes da nossa avaliação racional da situação, são compartilhadas e defendidas pelo resto da aliança”, afirmou Orbán em uma coletiva de imprensa.
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Orbán disse ter recebido garantias de Stoltenberg de que a Hungria não teria que fornecer financiamento para a Ucrânia ou enviar pessoal para lá.
Os países ocidentais têm debatido a possibilidade de treinar tropas na Ucrânia, mas a Otan tem enfatizado que não quer se envolver diretamente no conflito.
No passado, Budapeste frustrou os aliados ao bloquear ajuda à Ucrânia, e as tensões aumentaram em uma recente reunião dos ministros das Relações Exteriores da União Europeia.
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A visita de Stoltenberg a Budapeste ocorreu um dia depois de uma cúpula de líderes dos países do leste da Otan na capital da Letônia, Riga. A Hungria não compareceu, em um sinal de suas diferenças com muitos de seus vizinhos sobre o apoio à Ucrânia.
A reunião fez parte dos preparativos para a cúpula da Otan em Washington, em julho, na qual os membros devem chegar a um acordo sobre um pacote de apoio anual de 40 bilhões de euros para a Ucrânia.
“O que o primeiro-ministro e eu concordamos hoje é que a Hungria não bloqueará outros aliados para que concordem com uma promessa de apoio financeiro à Ucrânia e com um papel de liderança para a Otan na coordenação do apoio à Ucrânia”, disse Stoltenberg.
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“Estou confiante de que, quando os líderes da Otan se reunirem em Washington, seremos capazes de finalizar um acordo sobre essas questões.”