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Após superar fim da FTX, Solana quer crescer no Brasil: “Temos dinheiro para isso”

A criptomoeda Solana (SOL) ressurgiu das cinzas que sobraram após o colapso da FTX e da prisão do fundador Sam Bankman-Fried, o mais conhecido de seus apoiadores. Em cerca de um ano e meio desde o pico da crise que levou a moeda a menos de US$ 10, ela agora é negociada por mais de US$ 160 e se consolidou como a quinta mais valiosa do mundo. No entanto, vem ganhando tração principalmente com memecoins, vistas como incapazes de criar sustentação para o longo prazo. 

Apenas no mês passado, cerca de meio milhão de tokens foram criados na Solana – a maioria memecoins. “Na Solana não há meio termo. As memecoins estão no lado que representa a diversão, de pessoas que acreditam nesta tecnologia, mas estão aqui principalmente para serem ‘degenarados’. Chegamos a alcançar o pico de 20.000 memecoins criadas por dia”, falou Austin Federa, head de estratégia da Solana Foundation, ao InfoMoney

Ele reconhece que quase todos os tokens não sobreviverão, mas enxerga o movimento como um teste de projetos em larga escala. “Tudo bem que, dessas, 99,999% falham e não levam a lugar nenhum. Mas muitas sobrevivem e se tornam moedas de comunidades, como Shiba, Bonk e Doge”, conta, citando criptomoedas criadas nos últimos anos que, somadas, valem hoje quase US$ 40 bilhões. “Elas, e até o Bitcoin, eram no início ideias malucas e que agora são comunidades que superaram a fase do meme”.

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A maior parte do trabalho da Solana Foundation consiste em fazer doações e investir na construção de software que ainda não têm viabilidade econômica. O projeto ainda tem pouca penetração no Brasil, onde a rival Ethereum (ETH) é mais popular entre desenvolvedores, mas trabalha para mudar esse cenário. 

“Temos dinheiro, e podemos apoiar desenvolvedores e comunidades que estão sendo construídas no Brasil. Eles sabem o que o mercado precisa. A tecnologia é culturalmente agnóstica, mas a aplicação dessa tecnologia é quase sempre uma dependência cultural. Por isso, a ideia é trabalhar com pessoas que realmente são da região”, afirmou Federa.

O crescimento de um projeto como a Solana depende diretamente do surgimento de novos casos de uso: quanto mais gente utilizando, mais demanda o token SOL ganha, potencialmente empurrando seu preço. Mas, para isso acontecer, antes é necessário que desenvolvedores se interessem pela plataforma, e atraí-los não é tarefa fácil. Quem trabalha com Ethereum, por exemplo, precisaria aprender outra linguagem para começar a programar na Solana, o que leva tempo.

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Para Federa, no entanto, o mercado é tão novo que isso não deve ter papel tão decisivo para o crescimento do projeto. “A maioria dos desenvolvedores que chegam à rede Solana, na verdade, não começaram a programar no Ethereum. A maioria é nova em blockchain. Às vezes temos desenvolvedores seniores que passaram os últimos oito anos trabalhando em empresas da Web 2.0, em cargos altos, e que uma hora decidem que querem passar a trabalhar com blockchain”, conta. 

Ele não revela valores investidos pela fundação para impulsionar a criptomoeda, mas minimiza a pressão de concorrentes. Além do Ethereum, outras blockchains como Polkadot (DOT) e Stellar (XLM) tentam ganhar espaço.

“O mercado global de cripto ainda é minúsculo. Em uma escala global, há tão poucos usuários realmente transacionando e usando blockchain que há muito espaço para aumentar o bolo sem realmente se preocupar [com a concorrência]. Nosso foco está em deixar a Solana com o melhor desempenho possível”.

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