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Vitória do centro e avanço da direita. Como foram as eleições europeias?

Os resultados que saíram das urnas nas eleições que envolveram os 27 países da União Europeia entre a quinta-feira e o domingo apontam para a manutenção no poder do grupo de centro-direita Partido Popular Europeu (EPP, na sigla em inglês), mas com um avanço significativo das forças populistas e nacionalistas da direita, majoritariamente representadas pelos conservadores e reformistas (ECR) e pelo grupo Identidade e Democracia (ID).

Já a centro-esquerda, representada pelo S&D e o Renovar a Europa, devem perder cadeiras, assim como os Verdes.

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Segundo as últimas projeções, o EPP, que apoia a recondução da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao cargo, deve ter ampliado sua presença no Parlamento das atuais 176 cadeiras para 185. Os socialistas e progressistas do S&D, por sua vez, podem perder ao menos dois assentos, passando de 139 para 137.

As forças mais à direita podem chegar a quase um quarto do Parlamento, com a presença do ECR subindo de 69 para 73 cadeiras e o ID avançando de 49 para 58.

Os grande perdedores devem ser os Verdes, que terão sua força reduzida de 71 para 52 assentos.

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Para especialistas, essas novas representações devem apontar para algumas mudanças de orientação nas decisões da União Europeia, com perda de força na agenda sobre mudanças climáticas e nas políticas mais flexíveis sobre imigração, além da pauta de ampliação de ajuda mais direta à Ucrânia em sua guerra com a Rússia.

Mas é no futuro político dentro dos países que os resultados podem apontar para as maiores mudanças. Veja a situação em alguns países:

França

A coalizão de partidos Besoin d’Europe, de centro, apoiada pelo presidente Emmanuel Macron e encabeçada pela eurodeputada Valérie Hayer, sofreu forte derrota e não deve ter atingido sequer 15% dos votos ontem. A maior vitoriosa foi a Reunião Nacional da líder de direita Marine Le Pen, que alcançou 31,3% dos votos. Isso obrigou Macron a dissolver o Parlamento francês e convocar novas eleições legislativas para o final deste mês, numa tentativa de recuperar algum poder.

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Alemanha

Os conservadores da democracia-cristã, representada pelos partidos CDU e CSU ficaram à frente, com 30% dos votos, com a extrema-direita capitaneada pelo AfD obtendo seu melhor resultado, com 16% das preferências. Os social-democratas do SPD, do chanceler Olaf Scholz, só tiveram 14% dos votos, cabendo 12% aos Verdes e 5% aos liberais. Mesmo com a derrota, Scholz disse que não pretende antecipar eleições, marcadas para o outono.

Itália

Na Itália, a grande vitoriosa foi a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, cujo partido Irmãos da Itália obteve 28,7% dos votos, à frente dos rivais de centro-esquerda do PD, com 24,06%. O Movimento 5 Estrelas, também de direita e eurocético, ficou em terceiro lugar, com 9,98%, seu pior desempenho em nível nacional desde sua criação em 2009. Com o resultado, o partido de Meloni deverá mais do que duplicar o seu número de lugares no Parlamento Europeu.

Espanha

Na Espanha, a centro-direita do Partido Popular (PP) teve 34,18% das preferências, com a esquerda representada pelo PSOE recebendo 30,19% dos votos, numa derrota para o atual governo de Pedro Sánchez. O partido de extrema direita Vox terminou em terceiro com 9,6% dos votos, o que deve lhe dar seis cadeiras, duas a mais do que em 2019. Outra facção de extrema-direita – Se Acabó la Fiesta (SALF) – conquistará três cadeiras, o mesmo número dos parceiros de coalizão do PSOE, da plataforma de esquerda Sumar. Já o Podemos perdeu representação e terá apenas duas cadeiras, contra 6 obtidas cinco anos atrás.

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Outros destaques

Na Holanda, o partido de extrema-direita PVV de Geert Wilders ficou em segundo lugar, com 17,7% dos votos, atrás de uma aliança Esquerda-Verde, com 21,60% das preferências. Na Polônia, as forças comandadas pelo primeiro-ministro conservador Donald Tusk venceram por pouco o partido de oposição Lei e Justiça, com 37% a 36% das preferências. Na Bélgica, o primeiro-ministro centrista Alexander De Croo renunciou ao cargo, após seu partido VLD obter apenas 5,7% dos votos, ficando bem atrás dos nacionalistas de direita.

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