Os imóveis de fundos imobiliários localizados no Rio Grande do Sul, de forma geral, não sofreram danos relevantes com as chuvas que atingem o Estado e, alguns deles, têm sido usados no apoio às vítimas da pior tragédia climática do País.
De acordo com relatório recente do Clube FII, 25 fundos imobiliários possuem ativos investidos no Rio Grande do Sul. Entre os espaços estão galpões logísticos, universidades, agências bancárias e shopping centers.
“De modo geral, a representatividade dos ativos afetados é pequena nos portfólios dos fundos grandes e diversificados”, explica Danilo Barbosa, analista que assina o relatório. “São poucos os FIIs que possuem uma percentagem significativa de seus ativos impactados”, complementa.
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Diante disso, imóveis presentes nos portfólios dos fundos têm servido de apoio às vítimas das enchentes, que afetaram 471 municípios e deixaram mais de 581 mil pessoas desalojadas. O número de mortos no Estado já soma 169 pessoas.
Auxílio aos desalojados
Entre os FIIs que têm imóveis no Rio Grande do Sul está o Capitânia Shoppings (CPSH11). O fundo possui participação no I Fashion Outlet, em Novo Hamburgo, e no Praia de Belas, em Porto Alegre.
“A situação lá é grave e a preocupação maior é com as pessoas na região, afirmou Fábio Goes, gestor do fundo, em entrevista ao Liga de FIIs. “O Praia de Belas foi mais afetado, com o alagamento do subsolo, mas já está reaberto e passa a ser um ponto de apoio às pessoas na capital gaúcha”, acrescenta. Os dois complexos representam 17,5% da área bruta local (ABL) do CPSH11.
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O I Fashion Outlet Novo Hamburgo também faz parte da carteira do Hedge Brasil Shopping (HGBS11), que confirma a disponibilidade do espaço como ponto de apoio das autoridades e voluntários.
“O espaço se uniu à campanha oficial ‘Juntos pelo RS’, tornando-se um ponto de coleta para doações destinadas à população afetada”, detalha comunicado do fundo ao mercado. “O empreendimento está arrecadando itens como produtos de higiene pessoal, alimentos não perecíveis, roupas e agasalhos, e está aberto para receber moradores sem energia elétrica que precisam utilizar a estrutura do outlet”, detalha.
Outros dois imóveis locados para a Ânima, em Porto Alegre e Canoas, também ajudam em operações nos municípios. Os ativos representam 45% do portfólio do Vinci Imóveis Urbanos (VIUR11).
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“Os espaços não foram diretamente afetados pelas chuvas e, até o momento, não apresentam nenhum dano material à propriedade”, informa o fundo, em comunicado ao mercado. “Ambos estão servindo como base para as operações na região e a equipe de gestão continuará o monitoramento da situação”, complementa o texto da carteira, que acumula queda de 9% no mês, a maior entre os principais FIIs do mercado.
Interrupção de operações
No início do mês, o Bresco Logística (BRCO11) anunciou a interrupção das atividades de um galpão logístico em Canoas. De acordo com o fundo, a seguradora do imóvel foi acionada para avaliar a extensão dos danos, mas o resultado da análise ainda não foi divulgado.
O mesmo ocorreu com o Edifício Guaíba, às margens do rio homônimo, que representa 2,9% da receita do CSHG Real Estate (HGRE11). A energia elétrica do imóvel chegou a ser desligada e o imóvel, segundo a última informação dos gestores, não está em operação.
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Também em Porto Alegre, houve a interrupção temporária do funcionamento do data center Scala, que está sendo negociado com Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11). Diante da situação, o fundo pediu a prorrogação do prazo para concluir a compra e aguarda nova reavaliação do espaço.
Em São Leopoldo, agência do Banrisul localizada no bairro Campina, está em uma área diretamente afetada pela enchente e sofreu infiltração de água com mais de um metro de altura. O espaço faz parte do portfólio do Banrisul Novas Fronteiras (BNFS11), que conta com outros 17 imóveis – que não foram afetados pelas inundações, dizem os gestores.